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27/05/2023 Antônio Carlos Santini Edição 3959 Tu, segue-me! (Jo 21,20-25) - 27/05/2023
F/ Pixabay
"Sem dúvida, existe uma clara antítese entre Simão Pedro, recuperado depois da tríplice negação, e o discípulo que Jesus amava, o qual jamais se afastou e permanecera fiel até a cruz do Calvário. “Mas a antítese não quer dizer antagonismo - garante André Scrima. É simplesmente um caminho aberto para penetrar nas profundezas e conhecer aquele que se revela.”"

Tu, segue-me! (Jo 21,20-25) - 27/05/2023

                É impossível, de fato, ignorar o visível contraste entre Pedro e João. O velho pescador extrovertido e o quase adolescente tímido. O seguidor cheio de impulsos e o discípulo que ama. Aquele que parece viver seus últimos dias e o jovem que mal experimentou a vida. Dentro do grupo extremamente heterogêneo dos Doze, o próprio Pedro tem consciência de suas diferenças.

                É mesmo possível – assim escrevem alguns estudiosos da História da Igreja - que de início tenha havido alguma polêmica entre os primeiros cristãos acerca do primado de Pedro, levando-se em conta o alto prestígio de que o apóstolo João gozava entre as Igrejas do Oriente, ainda que nada disso transpareça no texto do próprio evangelista, cuja humildade o levar a ocultar o próprio nome no disfarce do “discípulo amado”.

                Sem dúvida, existe uma clara antítese entre Simão Pedro, recuperado depois da tríplice negação, e o discípulo que Jesus amava, o qual jamais se afastou e permanecera fiel até a cruz do Calvário. “Mas a antítese não quer dizer antagonismo - garante André Scrima. É simplesmente um caminho aberto para penetrar nas profundezas e conhecer aquele que se revela.”

                Nesta última cena do quarto Evangelho, Simão Pedro se preocupa com o apóstolo João: - “O que vai ser dele?” E a resposta de Jesus mostra claramente a Pedro que esta preocupação é desnecessária, enquanto a tarefa que cabe ao velho pescador é não mais se desviar do Mestre: “Tu, segue-me!” O mesmo imperativo pronunciado por Jesus no primeiro encontro com os discípulos é, agora, repetido na última cena do Evangelho: “Segue-me!” (Cf. Mt 4,19; M 1,17)

                Os antigos autores espirituais sempre insistiam na “sequela Christi” – o seguimento de Cristo. Afinal, esta é a verdadeira síntese do cristianismo: seguir Jesus, guardar suas palavras, imitar seus gestos, tornar-se outro Cristo. Cristificar-se. Nas palavras de Jesus, “amai-vos como eu vos amei.” (Jo 15,12) “Dei-vos o exemplo para que façais assim como eu fiz para vós.” (Jo 13,15)

                Em sua segunda Carta, Pedro chamava a atenção dos fiéis exatamente para a importância desse chamado do Senhor: “Cuidai cada vez mais de confirmar a vossa vocação e eleição. Procedendo assim, jamais tropeçareis”. (2Pd 1,10)

                A consciência de nossa vocação será sempre a salvaguarda mais eficiente para nossa fidelidade ao Mestre.

Orai sem cessar: “A minha alma te segue de perto!” (Sl 63,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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