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08/02/2021 Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal (RN) Edição 3933 Sonhar e construir juntos a fraternidade
F/ CNBB
"A Igreja Católica é chamada a ser sinal dessa mesma fraternidade. É vontade de Deus, expressa nas Sagradas Escrituras, que os povos vivam em paz e na amizade. Por isso, a Igreja deve sempre pregar a fraternidade e vivê-la."

Foi celebrado no dia de ontem, 4 de fevereiro, o 1º Dia Internacional da Fraternidade Humana, estabelecido numa recente Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. O Papa Francisco tratou do tema da “Fraternidade Humana” na sua última Encíclica Fratelli tutti, publicada em 4 de outubro de 2020. Na quarta-feira, dia 3, o Papa Francisco, na conclusão da Audiência Geral, expressou sua gratidão pela inciativa da ONU: “Tal iniciativa leva em consideração também o encontro de 4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi, quando o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyeb e eu assinamos o Documento sobre a Fraternidade Humana para a paz mundial e a convivência comum. Estou muito feliz que as Nações do mundo inteiro se unam nesta celebração, dedicada a promover o diálogo interreligioso e intercultural”.

O tema da fraternidade humana foi tratado na Carta Encíclica Fratelli tutti. Na Encíclica, o Papa Francisco, inspirado em São Francisco de Assis, em seus ensinamentos e na atitude de abertura de coração e no desejo de se assemelhar ao Cristo, na realização do encontro histórico entre o Santo de Assis e o sultão Malik-al-Kamil, no Egito, no ano de 1219, portanto há 800 anos. O ensinamento de São Francisco de Assis é notável: “entre sarracenos e infiéis (…), não façais litígios nem contendas, mas sede submissos a toda a criatura humana por amor de Deus” (FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli tutti, n. 3). O amor de Deus exige que tratemos os homens e as mulheres como irmãos e irmãs. Esse amor se concretizou no chamado de Cristo aos seus discípulos a viverem o seu mandamento (cf. Jo 15,12). O Papa entende a herança de São Francisco a partir da perspectiva de fraternidade humana e amizade social: “Todos irmãos, escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si” (FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli tutti, n. 1).

A fraternidade humana é a grande esperança para vencer os males da nossa sociedade, especialmente na relação entre as nações. Mas, o desejo do Papa Francisco não envolve só as relações internacionais. De fato, a Igreja Católica é chamada a ser sinal dessa mesma fraternidade. É vontade de Deus, expressa nas Sagradas Escrituras, que os povos vivam em paz e na amizade. Por isso, a Igreja deve sempre pregar a fraternidade e vivê-la. “Para nós, o manancial de dignidade humana e fraternidade está no Evangelho de Jesus Cristo. Dele brota, para o pensamento cristão e para a ação da Igreja, o primado reservado à relação, ao encontro com o mistério sagrado do outro, à comunhão universal com a humanidade inteira, como vocação de todos” (FRANCISCO. Fratelli tutti, n. 276).

Sobre a fraternidade humana todos somos chamados a ser construtores de pontes, criando uma sociedade aberta. Sim, é um trabalho difícil, exigente, porém, contamos com testemunhos que nos estimulam e são exemplos para nós. Encontramos esses testemunhos e exemplos em outras religiões e confissões cristãs. O Papa lembra a figura do Bem-aventurado Charles de Foucauld, um missionário que foi morto na África. Para o Papa, ele é exemplo de uma fraternidade universal, cujo ideal de entrega total a Deus, encaminhou-o para uma identificação com os últimos, os mais abandonados no interior do deserto africano (cf. FRANCISCO. Fratelli tutti, n. 287)

Fonte: CNBB

 

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