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05/05/2019 Revista O Lutador Edição PALAVRA DE VIDA - 5/05/2019 – Tendes alguma coisa para comer? (Jo 21,1-19)

PALAVRA DE VIDA

5/05/2019 – Tendes alguma coisa para comer? (Jo 21,1-19)

            Última página do 4º Evangelho. O Mestre morreu, os discípulos regressam ao mar, voltam à pesca que haviam abandonado pelo Mestre (cf. Mt 4,20.22). Mas eles não sabem que o Senhor está vivo, ressuscitou. E mais: ele está próximo, está na margem...

            É uma bela imagem. Rica descoberta: saber que Jesus sempre estará à margem, no limiar, no divisor de águas de nossas fugas e hesitações. Na bruma da madrugada, quando os olhos humanos mal definem as formas, ali está o Senhor. Ele não desiste de nós.

            E Jesus, à distância, faz uma pergunta aos discípulos: “Tendes algo para comer?” Claro que eles não têm. E a interrogação serve para deixar bem claro que eles não se bastam, não se sustentam. Afinal, uma noite de pesca e as redes vazias...

            Para o beneditino François Trévedy, Jesus só nos pede “alguma coisa para comer”, para ele mesmo em pessoa nos dar o alimento, deixando-nos substancialmente cheios dele, para fazê-lo seu, de si mesmo, ele que existe para nós.

            Mas a pergunta abre um novo horizonte: é Jesus, o próprio Pão da Vida, quem pede de comer. Como é imensa a sua fome! Sua pergunta nos deixa desarmados, porque ela desmancha a imagem que fazíamos de Deus, um Ser onipotente, que a si mesmo se basta. E eis que ele se mostra faminto, à espera de que o vamos alimentar...

            - Vocês têm para mim um bico de pão? Um pedaço de peixe? Ainda existe um você alguma coisa que possa me alimentar?

            Quando os pescadores chegam à margem, ali encontram um fogo aceso. As brasas estavam preparadas. E Trévedy recorda que fora junto a outro braseiro que Simão Pedro havia negado o seu Mestre (cf. Lc 22,55). E será junto a esse braseiro na praia que Pedro fará sua definitiva confissão de amor: “Senhor, tu sabes que te amo!”

            Um Deus que tem fome. Tem sede (cf. Jo 19,28). Santa Teresa de Lisieux ficou impressionada com a sede de Cristo: “Ao dizer-me ‘dê-me de beber’, o Criador do universo estava pedindo o amor da sua pobre criatura. Tinha sede de amor”.

 

Orai sem cessar:

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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