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15/12/2022 Wagner Dias Ferreira   Edição 3954 Os 21 anos de combate permanente à AIDS
F/ Pixabay
"Sempre no dia primeiro de dezembro é lembrado o dia Mundial de Combate à AIDS. Muitos de nós podemos estar tranquilizados pelo avanço científico que ao produzir os medicamentos conhecidos como antirretrovirais deu à doença ares de crônica."

 

É preciso estar vivo para experimentar os Direitos Humanos. A pandemia de COVID 19, em três anos, alcançou números alarmantes de mortes. Mas, nos últimos 21 anos, a AIDS esteve aí exigindo ações permanentes nas trincheiras de luta pela vida.

Em 1981, a humanidade se deparou com uma doença inexplicável que acometeu muitas personalidades públicas e abalou severamente as estruturas da sociedade que se consideravam inatingíveis à época. De imediato, foi produzida uma reação de preconceito e discriminação, que depois foi corrigida pela própria marcha da doença que passou a alcançar toda a sociedade.

Sempre no dia primeiro de dezembro é lembrado o dia Mundial de Combate à AIDS. Muitos de nós podemos estar tranquilizados pelo avanço científico que ao produzir os medicamentos conhecidos como antirretrovirais deu à doença ares de crônica.

No entanto, a doença é presente. E exige vigilância. Não comporta a hipocrisia do negacionismo. Precisa ser olhada de frente e combatida. Há necessidade de campanhas fortes, permanentes e impactantes para que as gerações atuais compreendam a força destruidora da doença.

A maioria das pessoas que já eram adolescentes nos anos de 1980 viram muitos astros e estrelas abalarem o mundo com a notícia de sua contaminação e morte rápida. Esse impacto estava esquecido pelos antigos e não conhecido pelos novatos na vida. Mas ele está lá. Latente e pronto para explodir no front novamente. O enfraquecimento de políticas públicas de saúde e a negligência na aquisição de medicamentos pode comprometer severamente a contenção que se vem fazendo dessa doença.

Todos têm visto que foi realizado um verdadeiro desmonte do Programa Farmácia Popular que fornecia medicamentos para doenças crônicas como o diabetes e a pressão alta. Assustando aos que se tratam com antirretrovirais. Com certeza, há necessidade de restaurar essas políticas. E nas políticas de fornecimento de medicamentos pelo SUS deve estar também a dos antirretrovirais. E não basta fortalecer a política de fornecer medicamentos. É urgente que se retome as campanhas de conscientização para prevenção e para a adoção de comportamentos saudáveis.

Dessa forma, deve ser política de Estado, a ampla divulgação da necessidade de prática de atividade física, o fornecimento de acesso à orientação e a instrumentos para isso, a atitude de prevenção para vida saudável e sem descuidar do fornecimento de medicamentos para tratar as doenças já conhecidas.

E, em se tratando de saúde, é imprescindível que seja eliminada qualquer possibilidade de discriminação do doente, punindo severamente as manifestações preconceituosas ou discriminatórias.

A sociedade plural como proposta na Constituição da República não coaduna com comportamentos como aqueles que denominaram a AIDS em seu início de “praga gay” o que atrasou severamente a prevenção de todos  e criou um ambiente inadequado para o combate à doença com seu reconhecimento precoce, já que as pessoas descuidam de fazer a testagem para não sofrer a discriminação.

Que os novos ares que hoje são respirados no país, no Estado e fora dele, cada vez mais, a sociedade compreenda que precisa ter um papel ativo nas ações de governo, propondo ações e fiscalizando as ações e os gastos ou investimentos públicos. Sejam direcionadores nesse primeiro de dezembro de uma nova atitude em relação a essa velha pandemia que ainda é presente mas pareceu menos importante com a COVID 19.

*Advogado e Vice-Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG

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