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27/03/2019 José Eustáquio Diniz Alves Edição 3908 O tempo dos ventos selvagens Como o aquecimento global está tornando mais devastadores os furacões, tufões e ciclones. Por que já se preveem as “supertempestades” de categoria 6?

Os furacões - que acontecem no Atlântico Norte e no Pacífico entre o Havaí e a costa oeste dos EUA -, os tufões - no Pacífico entre o Havaí e o leste asiático - e os ciclones no hemisfério sul e no Oceano Índico - são fenômenos provocados pelo aquecimento da superfície do mar, que faz evaporar a água em ritmo mais acelerado, formando nuvens de chuva. Isto faz cair a pressão atmosférica e favorece a subida do ar, retroalimentando a evaporação. Este fenômeno intensifica as correntes de vento oceânicas que passam a se movimentar em espiral, podendo atingir velocidades muito altas.

Pela escala Saffir-Simpson, o ciclone extratropical tem ventos até 117 km/h. Na categoria 1: os ventos vão de 118 a 152 km/h; na categoria 2: de 153 a 176 km/h; categoria 3: de 177 a 207 km/h; categoria 4: de 208 a 250 km/h e categoria 5: acima de 251 km/h.

 

Aumento de furacões, tufões e ciclones

Nos últimos anos os furacões, tufões e ciclones têm aumentado de frequência e de intensidade e, obviamente, não dá para ignorar o efeito do aquecimento global, que é intensificado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa, gerados pelo crescimento exponencial das atividades antrópicas, especialmente a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e a expansão da pecuária.

Por conta da maior concentração de CO2 e outros gases de efeito estufa (como o metano) na atmosfera, a temperatura do Planeta já subiu cerca de 1°C em relação às temperaturas pré-industriais. Os desastres naturais aumentam em decorrência dos efeitos da mudança climática. [...]

O fato é que um mundo mais quente traz furacões/tufões/ciclones mais destruidores, pois a combinação de maior temperatura das águas oceânicas e maior umidade do ar funciona como um catalisador destes redemoinhos. A ciência mostra que as tempestades são mais fortes em decorrência do aquecimento global. As leis da termodinâmica não deixam dúvida de que as mudanças climáticas estão aumento a frequência e o poder de destruição dos eventos extremos que trazem chuva, agitam o oceano e provocam inundações. [...]

 

A terra está se tornando um local perigoso.

Portanto, a recente onda de eventos catastróficos não é mera anomalia. O sistema climático está cada vez mais desequilibrado, em função do modelo “Extrai-Produz-Descarta”. Os últimos quatro anos (2014-2017) foram os mais quentes já registrados no Holoceno, e tudo indica que o mundo assistirá a temperaturas mais extremas nos próximos quatro anos.

Infelizmente, em vez de confrontar essa ameaça à espécie humana e às demais espécies vivas da Terra, a humanidade, egoisticamente, reforça o mito do crescimento econômico acreditando no mantra que diz que a qualidade de vida depende do aumento das atividades antrópicas.

Contudo, a economia não pode ser maior do que a ecologia e nem a humanidade pode superar a capacidade de carga da Terra. Ou a civilização muda o rumo que está levando ao aumento da probabilidade de um colapso ambiental ou haverá de lidar com um colapso civilizacional. [...]

Ou seja, o cenário da “Terra Estufa”, aumenta a possibilidade de furacões, tufões e ciclones de categoria 6, o que traria grande sofrimento e grande prejuízo para a humanidade e afetaria todos os seres vivos do Planeta. Seria algo parecido com o apocalipse, só que provocado pela crescente interferência humana e pela dimensão da economia que, no conjunto, se transformaram em forças globais de rompimento do equilíbrio homeostático da Terra.

O Furacão Florence e o Tufão Mangkhut são apenas sinais de uma catástrofe de maiores dimensões que está ocorrendo “à prestação”, mas são um aviso do muito que está por vir.


Fonte: EcoDebate

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