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09/01/2020 VATICAN NEWS Edição Multiplicam-se apelos pela paz Crise EUA-Irã
F/ Pixabay
"Diante das crescentes tensões com o Irã, devemos rezar com urgência para que os líderes do mundo busquem o diálogo e a paz. "

 

Após a escalada dos últimos dias, a Igreja rreitera sua posição para um diálogo construtivo entre as partes, para colocar fim aos ventos da guerra. Além dos apelos do Santo Padre, devem ser recordados os apelos do presidente da Conferência Episcopal dos EUA e do prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos. A entrevista com Dom Jean Benjamin Sleiman
 

Andrea De Angelis - Cidade do Vaticano

Mesmo com a baixada no tom das ameaças, a tensão entre as partes envolvidas no conflito permanece alta após os acontecimentos dos últimos dias em Bagdá. Após o assassinato do general iraniano Soleimani pelos estadunidenses houve a retaliação iraniana que, segundo Teerã, teria causado 80 vítimas. Já o Pentágono descarta sequer a existência de feridos entre os militares estacionados nas bases atacadas em Bagdá. No funeral do próprio Soleimani, morreram ao menos 50 civis. Na noite de quarta-feira, novos foguetes caíram na zona verde da capital iraquiana – área onde está a Embaixada dos Estados Unidos -  sem provocar feridos.

Em meio ao aumento das tensões, multiplicam-se também os apelos em favor da paz, vindos, entre outros, da ONU e da União Européia, mas também da Igreja, a começar pelo próprio Papa Francisco no Angelus do último domingo, ou nesta quinta-feira na homilia da Missa na Casa Santa Marta e no discurso aos membros do Corpo Diplomático, onde pediu respeito à legalidade internacional.

As palavras de Trump

Na quarta-feira, 8, em uma entrevista coletiva após a reunião na Casa Branca com a equipe de segurança nacional, o presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou que todas as opções contra o Irã permanecem na mesa.

Para Trump, que definiu Soleimani como "o maior terrorista do mundo", a estratégia contra Teerã deve agora se basear em três pontos: novas sanções econômicas; envolvimento das outras potências mundiais, na firme convicção de que o acordo nuclear de 2015 deve ser renegociado e a oferta explícita de um "diálogo direto" com os líderes iranianos.  "Se o Irã mudar seu comportamento – disse o mandatário - estamos prontos para abraçar a paz".

Nesta quinta-feira, o embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Kelly Craft, em uma carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU, disse que Washington está "pronto para iniciar negociações sérias sem pré-condições" com o Irã.

O apelo dos bispos dos EUA

O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom Josè H. Gomez, em um post publicado nas redes sociais falou sobre as crescentes tensões dos últimos dias. "Diante das crescentes tensões com o Irã, devemos rezar com urgência para que os líderes do mundo busquem o diálogo e a paz. Por favor, juntem-se a mim no pedido à nossa Santíssima Mãe Maria, Rainha da Paz, para que que interceda para que Jesus Cristo possa fortalecer aqueles que promovem a paz, confortar o sofrimento e proteger os inocentes e todos os que estão em perigo, em particular os homens e mulheres envolvidos nas operações militares e no serviço diplomático".

Cardeal Tagle: "Que desapareça o desejo de vingança"

Na Santa Missa por ocasião do Traslado do Nazareno negro no Rizal Park de Manila, o cardeal Tagle pediu aos fiéis que rezassem intensamente para que não ocorra "uma escalada de vingança entre os EUA e o Irã".

O arcebispo de Manila, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, instou os fiéis filipinos a rezarem pela paz e a segurança das populações do Oriente Médio. "Rezemos pelo Oriente Médio, para que os desejos de destruição e vingança desapareçam", acrescentou, recordando os tantos cidadãos filipinos que vivem naquelas terras para trabalhar. E dirigiu um pensamento a suas famílias nas Filipinas, que acompanham com preocupação os desdobramentos desta crise internacional.

"O Papa chama os governos à sabedoria"

“Como podemos realmente conseguir restaurar a paz? Penso que a diplomacia, sobretudo aquela europeia, deva trabalhar para deter essa escalada [das tensões]. Assim, nesta situação, a voz do Papa será verdadeiramente a voz do sábio, que frequentemente chama os países, os governos à sabedoria”, disse à redação de língua francesa do VN Dom Jean Benjamin Sleiman, arcebispo dos latinos de Bagdá.

"O que está acontecendo diz respeito ao senso de justiça, do bem comum, não somente de um Estado, mas de toda a humanidade. E eu acredito - acrescenta o prelado - que hoje, somente a Igreja Católica possa falar disso, porque ela tem a experiência, o magistério, porque a Igreja Católica se repensa, reconhece seus erros e não quer repeti-los: essa é a sabedoria que precisa ser ouvida pelos dois lados".

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