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03/06/2019 Denilson Mariano da Silva Edição 3913 Juntos com Papa Francisco Editorial
F/ CNBB
"O Papa Francisco precisa de nós"

 

Quem tem um pouco de sensibilidade evangélica, amor aos pobres e uma certa compreensão da história da Igreja, percebe, sem dificuldades o esforço que Papa Francisco vem fazendo à frente da Igreja. Há nele o desejo sincero para que a Igreja se modele mais pelo modo de ser de Jesus tal como Ele se revela nos Evangelhos. Uma Igreja mais próxima do povo, uma Igreja samaritana, solidária aos sofredores. Como abundantemente aparece nas falas e documentos do Papa Francisco: uma Igreja “em saída” missionária.

Em síntese, uma Igreja que retorne às suas raízes evangélicas, que se inspire naquela Igreja dos primeiros cristãos, em seu tempo mais “puro”. Aquela Igreja anterior ao seu “casamento” com as forças do poder no Império Romano que a fez perder muitos traços da sua identidade primeira e que a levou a afastar-se do frescor do Evangelho e de seu amor primeiro: os pobres e necessitados.

A América Latina deu passos nessa direção com a “recepção criativa” do Vaticano II, mantendo a fidelidade à Tradição primeira da Igreja, deu passos concretos de volta às fontes bíblicas, patrísticas, litúrgicas... e a Igreja recuperou muitos de seus traços originários na sensibilidade com a dor do povo e com o projeto do Reino de “vida em abundância para todos” (Jo 10,10).

Porém, tanto o Concílio Vaticano II, como as Conferências do Episcopado Latino-Americano têm enfrentado situações de oposição da parte de quem cristalizou a Tradição em um momento da história e sucumbe num tradicionalismo, não raro inescrupuloso, que de maneira até desonesta investe contra o pontificado de Francisco, que outra coisa não faz senão tentar conduzir a Igreja nas linhas do Concílio para que seja mais próxima do Evangelho de Jesus.

O Papa Francisco procura avançar caminhando com a Igreja, na busca do diálogo e quer que os bispos, que as Conferências Episcopais caminhem juntas, num sinal sincero de maturidade na fé e de corresponsabilidade no exercício do magistério eclesial. Uma Igreja capaz de olhar de frente para os desafios do mundo atual e a eles responder na fidelidade ao Evangelho.

Recordando a palavra do Pe. Agenor Brighenti, “o Papa Francisco precisa de nós”. Precisa que os leigos, os padres, os bispos, os teólogos dêem sustentação e abracem, a nível local, as propostas desta Igreja samaritana em saída missionária. Neste sentido que a nova presidência da CNBB, recém eleita em Aparecida, durante a 57ª Assembleia dos bispos, recupere ainda mais o seu veio profético e possa ser sensível às realidades do povo. E, se a realidade é outra e outros são os desafios e os contextos sociais, que a CNBB e todos nós, saibamos “sentir com a Igreja”, saibamos dar passos para operar uma segunda recepção do Concílio Vaticano II na América Latina, e que seja igualmente criativa como a recepção em Medellín.... Caminhemos juntos com o Papa Francisco. E isso é prá começo de Conversa.

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