Destaques Igreja Hoje
Compartilhe esta notícia:
23/04/2020 Santa Sé, Asia News, La Croix Edição 3923 Igreja: instrumentos da ação de Deus
F/ La Croix
"Apesar das perseguições e das barreiras culturais, a Igreja Católica vive e cresce. Na base de tudo, a certeza de que o Espirito de Deus é o protagonista da missão."

Igreja: instrumentos da ação de Deus

Um exemplo bem claro da ação de Deus na Igreja se manifesta atualmente na Coreia do Sul. Um relatório do CPIK – Instituto pastoral católica da Coreia – registra que o número de católicos coreanos aumentou 48,6% nos últimos vinte anos, passando de 3,9 milhões [1999] para 5,8 milhões [2018]. A Diocese de Suwon se destaca neste particular. Trata-se de uma taxa de crescimento próxima de 2% ao ano, para uma população cujo crescimento anual não excede 0,8%.

Para o planeta inteiro, segundo o Anuário Pontifício, os católicos somam mais de um bilhão e trezentos milhões de batizados, com um crescimento de 1,1% entre 2016 e 2017. O continente americano abriga quase metade desses fiéis, seguido pela Europa e pela África.

Tal crescimento ocorre apesar das perseguições contra católicos verificadas em várias regiões da Terra. Apenas em 2019, foram assassinados 29 missionários católicos, entre os quais 18 sacerdotes. Ao final de cada ano, a Agência Fides publica a lista oficial de todos os agentes de pastoral mortos de maneira violenta no exercício de sua missão.

Segundo dados da ONG “Portas Abertas”, no decorrer de 2019, 260 milhões de cristãos foram fortemente perseguidos por causa de sua fé, em 50 países repertoriados. Nenhum outro grupo religioso do planeta sofre o mesmo grau de agressão.

 

Uma Igreja no mundo

Em 7 de dezembro de 2019, discursando aos participantes do Fórum Mundial das ONGs de inspiração católica, o Papa Francisco elogiava a presença dessas organizações “em lugares onde os direitos humanos, condições de vida, hábitats, educação, desenvolvimento e outros problemas sociais das pessoas são discutidos. Deste modo, compreendeis o que disse o Concílio Vaticano II: a Igreja ‘existe neste mundo e com ele vive e atua’ (GS, 40)”.

Citando a Constituição Gaudium et Spes, o Papa lembrava que “as várias associações católicas internacionais podem contribuir muito para a edificação da comunidade dos povos, na paz e fraternidade, as várias associações católicas internacionais, as quais devem ser consolidadas, com o aumento de colaboradores bem formados, e dos meios de que necessitam e com uma conveniente coordenação de forças. Nos tempos atuais, com efeito, tanto a eficácia da ação como a necessidade do diálogo reclamam empreendimentos coletivos”.

Destacando a importância da formação dos agentes católicos, Francisco disse: “A complexidade do mundo e a crise antropológica em que nos encontramos hoje imersos exigem um coerente testemunho de vida para favorecer o diálogo e a reflexão positiva sobre a dignidade humana. Este testemunho comporta duas exigências: por um lado, uma grande fé e confiança em saber que somos instrumentos da ação de Deus no mundo; no primeiro lugar, não está a nossa eficácia. Por outro lado, é necessária uma adequada preparação profissional nas questões científicas e humanísticas, para poder apresentá-las numa perspectiva cristã; neste sentido, a doutrina social da Igreja oferece o quadro de princípios eclesiais adequados para melhor servir a humanidade”.

 

Grande obras com meios pobres

O Papa Francisco fez questão de animar os agentes de pastoral em sua missão quase sempre dificultada pela carência de recursos humanos e materiais. “Lembremo-nos da parábola dos talentos. Os recursos são importantes, são necessários, sim, mas por vezes são insuficientes para alcançar os objetivos propostos. Não devemos desanimar. Deve-se pensar que a Igreja sempre fez grandes obras com meios pobres. É necessário obtê-los, é claro, e aproveitar ao máximo os próprios talentos, mas demonstrando com isso que todas as capacidades vêm de Deus, que as capacidades não são nossas.”

O Papa fez um alerta a ser levado a sério: “Às vezes, o excesso de meios materiais para realizar um trabalho é contraproducente porque anestesia a criatividade. E isto, quer na administração de uma dona de casa, quer nas grandes indústrias ou grandes instituições de caridade, como se desenrascar para dar de comer a seis mil, com porções para quatro mil; isto aumenta a criatividade, por exemplo. Mais ainda, há uma doença em assuntos de meios materiais nas instituições; às vezes os recursos, quando são abundantes, não chegam aonde devem chegar. Porque, quando temos recursos, pagamos uma subsecretária e uma “sub-subsecretária”; portanto o organograma administrativo cresce tanto que 40, 50, 60% da ajuda que recebemos é absorvida pelo aparelho organizacional e não chega aonde deve. Eu não invento isto, acontece hoje em muitas instituições da Igreja que conheceis bem”.

Francisco encerrou seu discurso com um convite ao trabalho em equipe, reunindo todos aqueles que “terão o efeito multiplicador do fermento do Evangelho e da luz e força dos primeiros cristãos. O mundo de hoje exige nova audácia e imaginação para abrir outras vias de diálogo e de cooperação, a fim de favorecer uma cultura do encontro, onde a dignidade do ser humano, segundo o projeto criativo de Deus, seja colocada no centro”.

Fontes: Santa Sé, Asia News, La Croix

 

Compartilhe esta notícia:
Nome:
E-mail:
E-mail do amigo:
DEIXE UM COMENTÁRIO
TAGS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS