Roteiros Pastorais Homilética
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22/04/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3912 Domingo de Pentecostes - 9/06/2019 “Recebei o Espírito Santo!” [Jo 20,22]
Espírito Santo em forma de pomba
lindapintereste.es
"Leituras: At 2,1-11; Sl 104[104]; 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23"

1. Para todas as nações. Como a “Páscoa” recordava a libertação da opressão egípcia e a “passagem” do povo de Deus para uma nova terra, onde corre leite e mel, também “Pentecostes” relembrava o dia em que Moisés, no Monte Sinai, recebeu a Lei – 50 dias depois da Páscoa. O Pentecostes cristão também acontece 50 dias depois da Páscoa de Jesus. É o nascimento da Igreja. Descrevendo o Pentecostes cristão, Lucas quer mostrar que o Evangelho, graças à força do Espírito Santo, chegou a todos os povos, alcançou todas as línguas. Quando ele escreve, o Evangelho realmente já se espalhara por todo o mundo. Para indicar a universalidade do anúncio evangélico, Lucas enumera 12 povos (vv. 9-11): o número 12 simboliza totalidade.

Ex 19 apresenta a aliança do Sinai e a entrega da Lei entre fenômenos da natureza. São Lucas descreve o Pentecostes cristão do mesmo jeito (vv. 2 e 3). Ele quer mostrar que com o Pentecostes cristão está acontecendo uma Nova Aliança, está surgindo o novo Povo de Deus, regido não por uma nova Lei, mas pelo próprio Espírito de Deus.

Gn 11 descreve o episódio da torre de Babel, quando Deus confunde as línguas para mostrar que a ambição e o orgulho prejudicam a comunicação e a comunhão. Lá, todos falavam a mesma língua e ninguém se entendia; aqui, todas as línguas diferentes conseguem se entender (v. 11). Com a linguagem do amor, a Igreja é capaz de falar a todos os povos da terra. O que é mais importante: falar muitas línguas, falar em línguas ou falar a linguagem do amor?

2. Unidos em Cristo. A comunidade de Corinto, rica em dons espirituais chamados carismas, experimentou também divisões internas, vaidades, ambições, orgulho, exclusões. São Paulo exorta seus fiéis à unidade e comunhão de vida. Ele nos dá o exemplo da Trindade.

Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo. Existem serviços diferentes, mas o Senhor é o mesmo. Existem diferentes modos de agir, mas Deus é o mesmo. Pai, Filho e Espírito Santo vivem uma profunda unidade, na comunhão de três pessoas e um só Deus. Nenhuma divisão. Absoluta harmonia. Perfeita comunicação. Infinito amor. Assim deve a comunidade cristã. Todos os dons do Espírito se destinam para o bem da comunidade, para a utilidade de todos, para a edificação do Corpo de Cristo.

Como um corpo tem muitos membros e não perde sua unidade e harmonia, assim também o corpo social da Igreja, que forma o corpo de Cristo. Se não há divisões na vida trinitária, também não poderá haver divisões na vida da Igreja – Corpo de Cristo. Nós fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo. Todos os povos, através do batismo, se tornam irmãos, formam uma unidade, ficam fazendo parte de um só corpo, a Igreja, que é o Corpo de Cristo. E todos bebem de um só Espírito.

3. O Espírito da missão. São João fala da vinda do Espírito Santo, não 50 dias depois da Páscoa, como Lucas, mas no próprio dia da ressurreição de Jesus, na tarde do Domingo da Páscoa. Os discípulos se fecharam numa sala, com medo das autoridades judaicas que haviam matado Jesus. Ressuscitado, ele entra na sala, pois não há barreiras após a ressurreição. Jesus é o mesmo - “mostrou-lhes as mãos e o lado” -, mas o seu corpo é espiritualizado. Ele deseja a paz messiânica para seus discípulos, mudando o medo deles em alegria.  Jesus repete a saudação de paz e envia seus discípulos em missão. O Pai enviou o Filho, assim também o Filho envia seus discípulos. Através dos discípulos, Jesus continua o projeto do Pai.

Quem vai garantir a missão dos discípulos? O mesmo Espírito que garantiu a missão do Filho. Por isso Jesus sopra sobre os discípulos dizendo: “Recebam o Espírito Santo”. É o sopro de Deus. Acontece aqui uma nova Criação, mais perfeita que a primeira acontecida no paraíso (cf. Gn 2,7). Com este sopro de vida nova, surge a comunidade messiânica, guiada não através da Lei, mas através do próprio Espírito de Deus. Os discípulos estão agora capacitados para serem missionários, para formarem a nova comunidade messiânica.

Como os discípulos vão formar comunidades messiânicas? Através do perdão. João distingue entre pecado, no singular, que é participar de uma sociedade injusta e exploradora, que exclui e mata, e pecados no plural, que são atos concretos daqueles que fizeram esta opção contra a vida. Quem estiver disposto a uma nova opção receberá o perdão dos seus pecados. Quem quiser continuar na injustiça e exploração permanecerá no pecado.

 

Leituras da semana

dia 10: 2Cor 1,1-7; Sl 33[34], 2-9; Mt 5,1-12

dia 11: At 11,21b-26; 13,1-3; Sl 97[98],1.2-3ab.3cd-4.5-6; Mt 10,7-13

dia 12: 2Cor 3,4-11; Sl 98[99],5.6.7.8.9; Mt 5,17-19

dia 13: 2Cor 3,15 – 4,1.3-6; Sl 84[85],9ab-10.11-12.13-14; Mt 5,20-26

dia 14: 2Cor 4,7-15; Sl 115[116],10-11.15-16.17-18; Mt 5,27-32

dia 15: 2Cor 5,14-21; Sl 102[103],1-2.3-4.8-9.11-12; Mt 5,33-37

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