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17/10/2021 Denilson Mariano Edição 3941 Arquidiocese de BH abre fase diocesana do Sínodo sobre a Sinodalidade
F/ Arquidiocese BH
"O Sínodo não é um momento de democratização na Igreja, nós temos que lutar pela democracia que está sendo vilipendiada, ferida, mas temos que oferecer muito mais que é a força da comunhão, da participação e da missão."

Neste domingo (17/10/2021), a Igreja de Belo Horizonte respondendo ao convite do Papa Francisco a todas as Igreja Locais, fez a sua abertura do processo de escuta para Sínodo de 2023. A cerimônia aconteceu na Catedral Cristo Rei que recebeu representantes das comunidades de fé, instituições, instâncias e segmentos da Arquidiocese de Belo Horizonte.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, concelebrada pelos bispos auxiliares e sacerdotes presentes, contando com a participação de consagrados e consagradas, evangelizadores leigos e leigas. Este processo contará com metodologia própria desenvolvida por uma equipe arquidiocesana convocada pelo Pe. Joel por meio do Vicariato Episcopal para Ação Pastoral.

Um concerto de corações

Em sua homilia, Dom Walmor, entre outras coisas, destacou que “necessitamos de um concerto de corações que precisam formar um coração só, batendo com a mesma força e generosidade.” Lembrou Jesus que nos diz, que quem quiser ser grande seja o servidor de todos. Assim, “o caminho sinodal que a Igreja quer percorrer é uma oportunidade para nos aproximarmos ainda mais da Graça.” Lembrou o necessário cuidado como apontado pelo Papa Francisco, na abertura do Sínodo, com três “ismos”: formalismo, intelectualismo e clericalismo.

Neste sentido o arcebispo enfatizou: “o Sínodo não é um parlamento, não é uma oportunidade de pesquisa sobre opiniões, opinaremos, diremos nossos sentimentos, mas somos chamados a revisitar o Concílio Vaticano II e as raízes mais longínquas da nossa história como Igreja. É uma oportunidade para nos abrirmos ao Espírito Santo de Deus. O mundo e nosso tempo estão mostrando que precisamos desta abertura. É por isso que temos tantas polarizações, mesquinhez, tanta ignorância, fechamentos, tantos modos personalistas de fazer e de conduzir a vida. É hora de a Igreja, continuando seu caminho de servidora no coração do mundo é chamada a abrir-se de modo especial ao Espírito Santo de Deus, que é o verdadeiro e grande protagonista do Sínodo.”

Mais ainda: “Precisamos de clareza, há muita gente caminhando no escuro convencida de que está caminhando na luz. Por isso tantos percalços, tantos descompassos na sociedade mundial e brasileira, e lamentavelmente, dentro de nossa própria Igreja. Não é apenas um exercício facilitador de opiniões que parecem ser intelectualmente admiráveis. Mas é para construir um entendimento novo que há muita gente precisada de uma luz nova. E não pode correr o risco do clericalimso. Não reduzir o Sínodo a formulações bonitas, intelectuais, bem arquitetadas... Não é apenas o exercício facilitador de algumas opiniões, mas a busca de uma luz nova.”

O povo de Deus é o protagonista

Já caminhando para um desfecho da reflexão reforçou: “Não pode ocorrer nesse caminho que haja um cerceamento da participação da escuta amorosa que pela ação do Espírito Santo de todo o povo de Deus onde o clero se considere o patrão da barraca. O povo de Deus é o protagonista porque é a Ele que o Espírito Santo vem em auxílio e o ilumina. [...] Portanto, irmãos e irmãs, somos chamados à comunhão, aqui representativamente pelas circunstâncias e possibilidades, possamos ser facilitadores, testemunhas para que ninguém seja impedido de se aproximar do trono da graça e se deixar encantar pela aprendizagem pela lógica de ser servo de todos para ser, de verdade, grande.”

“O Sínodo não é um momento de democratização na Igreja, nós temos que lutar pela democracia que está sendo vilipendiada, ferida, mas temos que oferecer muito mais que é a força da comunhão, da participação e da missão. O Senhor lhes remete a um sentido místico que não os tira da realidade, não lhes permite estar de costas para os desafios da vida de cada dia, mas para lhes produzir uma lógica bonita do amor de Deus para uma clarividência dos rumos, pela força da mística, sustentando uma profecia, corajosa, bonita, transformadora.”

Finalizou com uma súplica a Deus e à Virgem Mãe: “que possamos percorrer esse caminho com simplicidade, escuta, humildade, depondo de nós todo tipo de pretensão e de preconceito para que ao final, a nossa Igreja seja sacramento de salvação e ajude o mundo a ser melhor e internamente ela se organize mais sinodal, mais de comunhão e de participação para que nós possamos garantir uma missão que ajude o mundo a abri-se ao amor de Deus enquanto caminhamos para o Reino definitivo.”

Ao final da liturgia, foi apresentado por Pe. Joel, coordenador de Pastoral, um vídeo que ajudará a difundir o processo de escuta diocesano. Também apresentou uma cartilha, que explicita o que é sinodalidade, seus eixos principais e a pergunta orientadora para a escuta, com outras orientações práticas, que foi desenvolvida pela equipe do Vicariato Episcopal para Ação Pastoral.

 No link ao lado, veja a íntegra da homilia de Dom Walmor

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