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22/12/2019 Pe. Jacob, MSF. Edição 3918 Abandonar o impossível
F/ Pixabay
"As fúrias do coração não vão poder fazer nada para anular o que ocorreu. As águas do rio que se foram não voltam a passar no mesmo lugar."

Para a humana criatura a ambiguidade é companhia constante. Como imagem e semelhança de Deus, seu Criador, ela é, potencialmente, vocacionada ao infinito. Essa consciência fez com que Agostinho de Hipona exclamasse: “Inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Deus.” Somente o Criador para satisfazer plenamente a Sua criatura predileta.

Mesmo assim, recomenda Frei Inácio Larrañaga: “Enquanto houver possibilidades e os horizontes estiverem abertos, é preciso combater pela liberdade com entusiasmo, sabedoria de vida, experiência de anos e a colaboração dos outros”, tudo isso, para “melhorar ou eliminar os males que nos espreitam” O Sentido da Vida pág. 241.

Frei Inácio está proclamando que devemos estar disponíveis a buscar sempre o melhor em tudo. Isso para que possamos também dar o nosso melhor na execução do Projeto de Deus que é levar Sua criação à plenitude.

Contudo, por vezes, nos deparamos com realidades que nos mostram que, como, muito sabiamente, acentua o Frei: “as portas estão fechadas e não existe nada a fazer.” Nestes casos, mister se faz termos a consciência de que “é loucura reagir de maneira irada, como se pudéssemos anular o irremediável com emoções agressivas” Idem Ibidem.

A partir desse levantamento, o Frei diz que convém abandonar o impossível. Tudo isso porque, na sua conceituação, “o que ocorreu minutos atrás é um fato consumado, um impossível.”

Depois prossegue Frei Inácio: “Os fatos estão consumados”, e continua, “a loucura consiste em reviver os acontecimentos lembrando-se deles, revivendo-os, atualizando-os como se estivessem ocorrendo neste momento.” A seguir, conclui seu pensamento: “É uma grande insensatez reviver uma história irremediavelmente morta” Idem pág. 242. Ao fazê-lo, nos tornamos escravos da situação e acabamos sofrendo sem necessidade.

Na sua singeleza de contemplativo, Frei Inácio continua refletindo: “As fúrias do coração não vão poder fazer nada para anular o que ocorreu” e, tranquilamente, aduz: “As águas do rio que se foram não voltam a passar no mesmo lugar” Idem pág. 243

O que me encanta nas colocações do Frei Inácio é a sua transparência. Humilde e singelo ele apresenta suas ideias e, me palpita, que não está preocupado em que elas sejam aceitas ou não. O Frei me passa a impressão de muita paz e segurança. Gosto da sua posição: “Levante a cabeça e caminhe para um mundo de alegria e segurança” Idem Ibidem

Obrigado, Abá, por teres dado Frei Inácio como valioso presente à Igreja e ao mundo,

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