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28/10/2021 Pe. Márcio Antônio Pacheco, SDN Edição 3941 90 anos de vida e serviço a Deus
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"O padre Jayme deixar para nós um belo legado de homem amante da juventude. Apaixonado pela liberdade. Auspiciamos que continue junto de nós, transmitindo-nos alegria e fé. Que seu testemunho nos ajude a sermos também criativos, desejosos de envolver nossa juventude nos caminhos do Mestre Jesus. Parabéns, caro e estimado confrade!!!"

Nosso querido e estimado padre Jayme Lopes Cançado chega aos 90 anos de idade. Nascido aos 29 de outubro de 1931, em Bom Despacho-MG, viveu aqui seus primeiros anos em companhia dos pais o Sr. Luiz Lopes Cançado e Dona Antônia Clara de São José e seus irmãos Romeu e Luizinha. Esta já se encontra em idade bastante avançada, mora com seus filhos e filhas em Belo Horizonte-MG. Romeu já é falecido, faz algum tempo.

Dedicação aos estudos e ingresso no seminário

O menino Jayme Lopes viveu os primeiros anos de vida como todo menino de seu tempo. Inicialmente fora criado em área rural, ajudava nos afazeres domésticos e na lida diária de fazenda. Fazia o que podia e o que estava ao seu alcance de criança, com as forças que tinha. Mas sua verdadeira inclinação era mesmo para o campo do saber. Ao se mudarem para Bom Despacho, ingressou logo na escola. Foi rapidamente apresentando bons resultados no estudo. Ao ser matriculado no pré-seminario, tendo a valiosa ajuda dos padres, se mostrou um menino comprometido e muito dedicado aos estudos.

Um certo dia apareceu por estas bandas do Centro Oeste mineiro um missionário de nome Julio Maria De Lombaerde que o levou para o Seminário de Manhumirim em companhia de seu Irmão Romeu. Aqui começa sua saga. Em conversa informal, ele relembra com saudade este contato e é capaz de recontar com detalhes esta viagem que fez em companhia do grande Missionário o Padre Julio Maria de De Lombaerde.

Nesta época ele tinha apena 12 anos. Seu irmão Romeu, foi junto. Era um pouco mais novo. Mas sempre se mostrou grande companheiro do Irmão. Já bem próximo de ser ordenado, Romeu resolveu sair achando que sua vocação era outra. Não se casou. Os anos que se seguiram foram de trabalho e estudo. Cursou direito e tornou-se defensor público, exercendo com maestria e muito zelo esta nobre e espinhosa missão. Mas não parou por aí. Encerrada a carreira de servidor público comprometido, resolveu fazer medicina. Formou-se médico. Chegou a montar seu consultório particular atendendo aos que o procuravam por algum tempo. Teve oportunidade de se ligar ao hospital, mas não achava justo “ocupar” o lugar de alguém que necessitava daquele posto de trabalho.

A saída do irmão o deixou bastante abalado na caminhada seminarística, mas não desistiu da vocação. Seguiu adiante, completou seus estudos e logo foi ordenado sacerdote. Seus primeiros anos de padre foram exercidos na região de Manhuaçu. Foi nomeado primeiro pároco do pequenino Luisburgo-MG. Na época era distrito de Manhuaçu. Posteriormente veio para Belo Horizonte, colaborou por alguns anos nos trabalhos da Editora O Lutador residindo por alí mesmo. Posteriormente se mudou para Bom Despacho sem deixar de dar sua valiosa ajuda ao Padre Paschoal, indo semanalmente de ônibus para BH. Isto exigia dele grande sacrifício, pois as estradas e os meios de transporte eram precários.

Grande formador e entusiasta de juventude

Deste Missionários Sacramentino da primeira hora, ilustre filho espiritual do Padre Julho Maria, temos muitas histórias. Sua vida é muito fecunda. Mas devo destacar nesta oportunidade o seu carisma para o trabalho com a juventude. Ele fundou aqui em Bom Despacho o movimento chamado Roda Viva. Através deste movimento, dentro do espírito de formação da liderança cristã, ele formou muitos jovens. Passados tantos anos, ainda encontramos pessoas entusiasmadas e dedicadas às coisas de Deus, movidas ainda pelos ensinamentos dele recebidos. Detentor de grande conhecimento e facilidade didática, envolvia a todos. Promovia viagens, brincadeiras, gincanas. Era muito criativo, arrebanhava a todos.

Zeloso pelo conhecimento, sempre procurou formar os jovens com espírito crítico. Por este motivo, no tempo da intervenção militar, foi tido como suspeito. Foi inclusive convocado para interrogatórios policiais, pois pairava sobre ele a suspeita de “insuflar” os jovens contra o regime militar. Estes momentos vividos por ele deixaram marcas profundas em sua trajetória histórica. Mas não faltou a ele o apoio necessário para superar esta grave situação vivida. O medo era real. Havia o conhecimento de desaparecimento e morte de muitos de seus companheiros. Ele também poderia ter destino semelhante, mas Deus e a Virgem Maria lhe deu proteção e força como ele lembra ao relatar tais fatos.

O padre Jayme deixar para nós um belo legado de homem amante da juventude. Apaixonado pela liberdade. É agora vivo, o último que conviveu com o Fundador. Restavam até bem pouco tempo dois, ele e Dom Miranda. Este faleceu no último dia 11, sendo sepultado no dia da padroeira do Brasil. Agora resta somente ele que bebeu da fonte primeira. Auspiciamos que continue junto de nós por um bom tempo, transmitindo-nos alegria e fé. Que seu testemunho nos ajude a sermos também criativos, desejosos de envolver nossa juventude nos caminhos do Mestre Jesus. Parabéns, caro e estimado confrade!!!

Pe. Márcio Antônio Pacheco, SDN - Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Bom Despacho-MG

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