Roteiros Pastorais Palavra de Vida
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08/08/2020 Antônio Carlos Santini Edição 3926 8/08/2020 – Não puderam curá-lo... (Mt 17,14-20)

PALAVRA DE VIDA

8/08/2020 – Não puderam curá-lo... (Mt 17,14-20)

            Neste Evangelho, estamos diante de um “fracasso pastoral”: os discípulos de Jesus tentam, em vão, expulsar o demônio que afligia um jovem. Ora, esse poder lhes fora dado e já experimentado em ocasiões anteriores (cf. Lc 10,17). Desta vez, porém, fracassam. Jesus, no entanto, que acabava de descer do Tabor, onde estivera em oração e jejum, na intimidade do Pai, com uma simples ordem liberta o garoto de sua opressão.

            Depois, em separado, os discípulos vão perguntar a razão de sua impotência e recebem do Mestre a explicação: há diferentes “castas” de maus espíritos; aquela, em questão, só se pode expulsar com oração (e jejum, acrescentam certas traduções!). (Cf. Mc 9,29.)

            Deixemos de lado os detalhes e prendamo-nos ao essencial: precisamos estar preparados para a missão de cada dia. Além da fé – essencial para os ministérios eclesiais, também o lado humano da pessoa exige um mínimo de maturidade, preparação e treinamento. Minha avó Xandoca dizia, quando um de nós tentava fazer algo que não lhe cabia: “Não se meta a rabequista!” De fato, a rabeca, se tocada por um músico principiante, só emite rangidos fanhosos. Também o povo tem seu refrão: “Quem não pode com a mandinga, não carrega patuá.” Ou seja, não dê passos mais largos que suas pernas...

            No que nos diz respeito, temos visto muita imprudência quando se confia (e se assume!) uma tarefa pastoral a fiéis despreparados para o serviço. Pessoas recém-convertidas, cuja conversão ainda não foi devidamente testada, podem promover estragos na comunidade. Não raro, são os próprios párocos, ansiosos por atenderem a uma necessidade da paróquia, que nomeiam auxiliares sem preparo para a função. O mesmo acontece nos casamentos precoces, com jovens imaturos praticamente forçados a se casarem por circunstância como uma gravidez indesejada. Neste ponto, teríamos o que aprender com as empresas, que não confiam um equipamento ao funcionário sem, antes, treina-lo para aquela função específica.

            Voltando ao núcleo do Evangelho, reconheçamos que somos incapazes. Nada podemos por nós mesmos. Sem vida espiritual intensa, o que inclui oração, comunhão e confissão frequentes, intimidade com a Palavra de Deus e inserção na comunidade, acabaremos todos como os discípulos de Jesus: daremos com os burros n’água...

Orai sem cessar: “O Senhor dará força a seu povo!” (Sl 29,11)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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