Roteiros Pastorais Palavra de Vida
Compartilhe esta notícia:
06/09/2020 Antônio Carlos Santini Edição 6/09/2020 – Se teu irmão pecar... (Mt 18,15-20)

PALAVRA DE VIDA

6/09/2020 – Se teu irmão pecar... (Mt 18,15-20)

            Somos todos pecadores, sujeitos ao erro e a desvios de todo tipo. Como reagirá a Igreja? Ficará indiferente? Convocará um tribunal? Pagará pecado com pecado? Ouçamos o ensinamento de Hans Urs von Balthasar, um dos teólogos mais destacados do Séc. XX.

            “Os textos desta celebração dominical são absolutamente decisivos para a figura da Igreja, tal como Deus a quis. No centro, encontra-se a exortação mútua no amor. A isto todo cristão é convidado e obrigado, pois somos membros de um só corpo e não é indiferente para o organismo inteiro que um membro prejudique a si mesmo e, por aí, a vida do conjunto.

            A exortação e, se necessário, a indicação do bom caminho só podem acontecer – naturalmente, conforme o Evangelho – como uma retomada da revelação de Deus por Ele-mesmo e da ordem eclesial fundada por Cristo. Ao mesmo tempo, aquele que exorta deve ter a humildade, fazendo abstração de si mesmo, de orientar para a graça objetiva de Deus e a exigência que ela comporta.

            Na segunda leitura de hoje (Rm 13,8-10), Paulo transfere inteiramente esta exigência para o amor cristão, que integra em si todos os mandamentos particulares e, assim, cumpre a Lei, a ordem de Deus.

            Pode ser que aquele que peca replique com sua concepção de amor e será preciso, então, mostrar-lhe que esta é estreita demais, unilateral demais para ser o cumprimento pensado por Deus a respeito de todos os mandamentos.”

            Von Balthasar observa que existe em todo o Novo Testamento uma linha de fronteira indicada por Deus, além da qual o pecador que se mantém à distância já não pode mais considerar-se como pertencente à Igreja de Deus. Assim, não é a Igreja que o exclui de sua comunhão, mas ele mesmo faz sua excomunhão.

            “A Igreja – assevera Von Balthasar – deve levar este fato ao conhecimento dos outros e querer sancionar o pecador para que os outros o compreendam. E se já era assim na Primeira Aliança, igualmente deve ser – e em uma medida mais elevada – na Nova Aliança, onde a pertença à comunidade eclesial de Cristo é ainda mais pessoal, mais responsável, mais colorida.”

            Não esquecer as palavras finais deste Evangelho: a oração da comunidade é onipotente: pode salvar os irmãos que pecam...

Orai sem cessar: “Por amor a meus irmãos, direi: ‘Paz para ti!’” (Sl 122,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Compartilhe esta notícia:
Nome:
E-mail:
E-mail do amigo:
DEIXE UM COMENTÁRIO
TAGS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS