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04/09/2019 Antônio Carlos Santini Edição 3915 4/09/2019 – Levavam os doentes a Jesus... (Lc 4,38-44)

PALAVRA DE VIDA

4/09/2019 – Levavam os doentes a Jesus... (Lc 4,38-44)

                Na Palestina do tempo de Jesus, certamente havia muitos sacerdotes, muitos doutores da Lei, assim como poderosos governadores, tetrarcas e regentes. Mas ninguém ia até eles para apresentar-lhes os seus doentes. E se acaso o fizessem, seriam mal recebidos.

                Ao contrário, tão logo as multidões percebiam a presença de Jesus, ali se reunia a legião dos desgraçados deste mundo. Uma atração irresistível...

                Comenta Helmut Gollwitzer: “Toda a miséria do mundo se reúne em torno daquele de quem espera socorro. A riqueza atrai a riqueza e o poder atrai o poder. Este rei, ao contrário, atrai irresistivelmente aqueles que são rejeitados pelos grandes aqui de baixo. No Reino de Deus não se escamoteia a verdade sobre este mundo, mas ela é posta a nu. Nossas tentativas de apresentar a terra como um mundo sadio, de esquecer sua perversão escondendo ou afastando toda feiura e toda doença, traem na realidade o nosso mal-estar. Ali onde o Salvador está presente revela-se a verdadeira miséria. Aquele que vem a Jesus deve aceitar a miserável companhia de homens pervertidos, decaídos, cegos e enfermos em seu corpo como em sua alma”.

                Não é verdade que nossas associações religiosas correm o risco de buscar uma estranha virtude de “higienização”? Uma igreja só de santos... Uma comunidade de perfeitos... Um grupo de oração sem misérias humanas... A prova disso está na facilidade em eliminar os caídos e os pecadores, talvez porque nos sentimos ameaçados com as falhas dos outros – exatamente as falhas possíveis em nós mesmos...

                Deve ser por isso que Jesus nos deu uma ordem: “Não julgueis para que não sejais julgados”. (Mt 7,1) De fato, ao assumir o posto de juízes, ocupamos uma cadeira que pertence exclusivamente a Deus, ele mesmo um Juiz que adia de modo incompreensível a sua Vinda para nos julgar.

                Jesus de Nazaré é bem diferente dos doutores da Lei daquele tempo: não repele ninguém, pessoa alguma se aproxima dele em vão. Quando Jesus se apresenta, nenhum sofrimento humano fica esquecido. No Evangelho de hoje, os moradores da cidade o reconhecem e o cercam. Este “reconhecimento” desarma o Senhor e abre as comportas de sua misericórdia.

                E depois de ter atendido a todos, Jesus segue adiante em sua caminhada, pois deve anunciar a misericórdia também a outros lugares. Ele não se detém para colher os aplausos e os agradecimentos. Lá diante, há mais miséria: é lá que ele deve estar...

Orai sem cessar: “Busquei o Senhor, e ele me respondeu...” (Sl 34,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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