Roteiros Pastorais Palavra de Vida
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04/06/2020 Antônio Carlos Santini Edição 4/06/2020 – De todo o coração... (Mc 12,28b-34)

PALAVRA DE VIDA

4/06/2020 – De todo o coração... (Mc 12,28b-34)

            Todo Evangelho interpela e incomoda. Mas esta passagem pode ser mais incômoda que as outras: amar ao próximo com um amor inseparável do amor a Deus...

            Uma forma comum de tentar escapulir ao mandamento áspero consiste em delimitar o “próximo”, como tanto se discutiu entre os mestres da Lei: quem é o meu próximo? Só os membros do meu clã? Somente os outros israelitas? Os vizinhos incômodos estão incluídos? Os estrangeiros idólatras? A quem eu posso excluir da condição de meu “próximo”?

            Vem Jesus de Nazaré e pisa em nosso calo: amar a Deus de todo o coração é inseparável de amar ao próximo como a mim mesmo. Os dois amores se harmonizam e se completam. A falta de um desses amores nega a existência do outro que faz o par com ele.

            Comenta o biblista Hébert Roux: “O que confere ao mandamento sua autoridade e sua grandeza, é o fato de que Jesus o pronuncia e o designa como ‘grande’. Ele não traz um mandamento novo, mas confere ao mandamento antigo o seu verdadeiro valor. A resposta de Jesus não é a de um mestre da Lei. É ele quem a promulga e é nele que o mandamento se cumpre (cf. Mt 5,17). É este cumprimento da Lei por Jesus que lhe dá sua verdadeira novidade (cf. Jo 13,34).

            O amor a Deus e o amor ao próximo não são simplesmente atitudes comandadas; eles se encarnam na pessoa do próprio Jesus. É exatamente porque ele veio cumprir, por sua vida, sua morte e ressurreição, a Lei e os Profetas, que ele pode declarar com autoridade que todo o conteúdo da Antiga Aliança está ‘apenso’ ao mandamento de amar a Deus e a seu próximo. É nele que não apenas a Lei, sob a forma de um mandamento, mas também a promessa da graça, anunciada pelos Profetas, encontra a sua única realização.”

            Com a parábola do “samaritano” (cf. Lc 10,29ss), Jesus demonstrou de maneira cabal que meu próximo é aquele de quem eu me aproximo, ainda que existisse uma barreira de ódio secular entre um judeu (o ferido) e um samaritano (aquele que cuidou do ferido). Pena que tenhamos batizado a narrativa como parábola “do bom samaritano”, como se este fosse uma exceção em um mundo de “maus samaritanos”...

            Hoje, quando o ódio permanece vivo, temos espaço para exercer o amor.

Orai sem cessar: Onde o amor e a caridade, Deus ai está...”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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