Roteiros Pastorais Homilética
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22/04/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3911 3º Domingo da Páscoa - 5/05/2019 “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo.” [Jo 21,17]
Jesus junto ao mar com os discípulos
F/ Institutohesed.org.com
"Leituras: At 5,27b.32.40b-41; Sl 29[30]; Ap 5,11-14; Jo 21,1-19"

 

1. Obedecer antes a Deus. O texto mostra a rejeição dos chefes do povo judeu. Do mesmo jeito que mataram o Autor da novidade cristã, procuram matar também seus pregadores. Os discípulos são levados diante do Sinédrio (= tribunal judeu), porque não obedeceram à ordem de não ensinar em nome de Jesus. Além disso, eles revelam o projeto assassino dos chefes dos judeus. Pedro e os outros apóstolos deixam um recado bem importante e claro: “É preciso obedecer antes a Deus que aos homens”.

Temos aqui a contraposição da ação de Deus diante da ação dos homens. Os homens mataram Jesus com a morte de cruz. Deus ressuscitou Jesus e o exaltou, tornando-o Chefe Supremo e Salvador. Deus quer dar ao povo oportunidade de se arrepender e receber o perdão dos pecados.

Qual é a ação dos apóstolos e de nós hoje? É ser, juntamente com o Espírito Santo, testemunhas de tudo o que aconteceu com Jesus.

 

2. A vitória do Cordeiro. O Livro do Apocalipse quer dar força e coragem aos discípulos, animar na perseverança e incentivar na luta, diante das perseguições e agressões do Império. Por isso ele apresenta, em quase todas as suas páginas, um canto de louvor, um canto de vitória de Jesus. As comunidades, mesmo em pleno sofrimento e luta e até enfrentando a morte com Jesus, carregam a certeza da vitória e da glória com ele.

Hoje temos uma solene liturgia universal, cantando a vitória de Jesus, sua realeza e sua divindade. Essa liturgia começa (vv. 9-12) e termina no céu (v. 14), mas o v. 13 mostra todo o universo, céus, terra e abismos cantando louvores ao Cordeiro imolado.

O v. 11 cita a multidão imensa de anjos, os quatro seres vivos e os vinte e quatro anciãos (cf. v. 8). E o v. 13 fala de todas as criaturas do céu, da terra, debaixo da terra e do mar, quer dizer, todos os seres vivos. Eles cantam um louvor ao Cordeiro imolado, a Jesus morto e ressuscitado.

Jesus se tornou o Senhor do universo inteiro. Então, a ele e só a ele são feitas sete atribuições (o número 7 deve lembrar a perfeição total). Quais são essas atribuições? São o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor (v. 12).

O v. 13 mostra que a mesma honra, glória e poder que pertencem ao Pai, pertencem também ao Cordeiro para sempre. Quer dizer, Jesus é Deus.

 

3. Eucaristia e missão. A menção do mar de Tiberíades lembra a atividade missionária (pesca = pescadores de homens), no meio dos pagãos (o mar representa o campo de missão entre os gentios). A menção de sete discípulos indica a totalidade a partir do significado simbólico do número 7.

A decisão de pescar pode indicar que os discípulos ainda não assumiram o compromisso definitivo com Jesus, pois estão retornando às suas atividades normais. De qualquer maneira, se essa decisão é um fato real, esta noite de trabalho foi estéril. A “noite” simboliza ausência de Jesus, ou do Espírito. Sem ele, que frutos daria a ação missionária?

O “dia” ou “amanhecer” já têm conotação positiva, alude à nova realidade inaugurada pela ressurreição. Mas no princípio os discípulos não estavam tão firmes na fé - “não sabiam que era Jesus”. E Jesus manda que joguem as redes do lado direito da barca; eles jogaram e aconteceu o milagre. Pegaram uma “multidão” de peixes. Isto indica a fecundidade missionária com a obediência à Palavra de Jesus e a fé na sua presença na caminhada da comunidade.

Na praia, os discípulos percebem sinais de amor preparados por Jesus: peixes na brasa e pão. A quantidade de peixes (153 é a totalidade de espécies de peixes para o mundo antigo) significa que a atividade missionária vai atingir todos os povos. Depois que Jesus convida os discípulos para a “Eucaristia”, ninguém mais duvida de sua presença.

Isto significa que, na comunhão de vida com as pessoas, reconhecemos facilmente a presença de Jesus. A pergunta: “Eras tu, Senhor?” vai desaparecendo na medida que aprendemos a partilhar.

Nos vv. 15 a 19, o centro da atenção é Pedro. Podemos sinteticamente perceber que as condições para seguir a Jesus se traduzem em comunhão profunda com Deus e solidariedade com as pessoas. Em duas palavras, amor-serviço. Jesus pede de Pedro e de cada um de nós, um amor incondicional capaz de dar a própria vida como Jesus o fez (= estender as mãos para ser crucificado). Jesus só chama Pedro para o seguir depois que teve a certeza do seu amor incondicional.

 

Leituras da semana

dia 6: At 6,8-15: Sl 118[119],23-34.26-27.29-30; Jo 6,22-29

dia 7: At 7,51 – 8,1a; Sl 30[31],3cd-4.6ac.7b.8a.17 e 21ab; Jo 6,30-35

dia 8: At 8,1b-8; Sl 65[66],1-3a.4-5.6-7a; Jo 6,35-40

dia 9: At 8,26-40; Sl 65[66],8-9.16-17.20; Jo 6,44-51

dia 10: At 9,1-20; Sl 116[117],1.2; Jo 6,52-59

dia 11: At 9,31-42; Sl 115[116B],12-13.14-15.16-17; Jo 6,60-69

 

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