33o Domingo do Tempo Comum - 17/11/2019
Leituras: Ml 3,19-20a; Sl 97[98]; 2Ts 3,7-12; Lc 21,5-19
Destaque: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida.” [Lc 21,19]
O povo começava a duvidar, se Deus realmente estava a par dos acontecimentos, se a sua paciência não tinha fim. É por volta do séc. V a.C. que Deus envia o seu mensageiro, o profeta Malaquias. Ele vem relembrar o respeito, o amor, uma liturgia não estéril, mas cheia de vida, uma vida matrimonial responsável, maior solidariedade e justiça, um dízimo à altura da prodigalidade e bondade de Deus e, no texto de hoje, o Dia do Senhor.
A tolerância do Senhor chegou ao fim. A impunidade não terá mais lugar e a justiça vai triunfar. O Dia do Senhor é comparado a um fogo que vai consumir os soberbos e os injustos opressores como palha (v. 19). Para os justos, que temem a Deus, brilhará o sol da justiça, que cura com seus raios.
Paulo, que de dia trabalhava para o próprio sustento e para não ser pesado a ninguém, e de noite trabalhava na pregação do Evangelho, tinha autoridade para falar do assunto. Ver vv. 7b-8. Já no tempo da fundação da comunidade, ele deixara uma norma: “Quem não quer trabalhar, também não coma”. Como apóstolo do Evangelho, Paulo não precisava trabalhar, pois Jesus disse que o operário (o evangelizador) tem direito ao seu alimento (cf. Mt 10,10). Entretanto, ele prefere trabalhar, também, para dar exemplo.
A grande massa dos trabalhadores penaliza-se em trabalhos pesados e de muitas horas e não ganha o suficiente para levar vida digna. Como mudar esta situação? Como melhorar a vida do trabalhador?
No texto de hoje, Jesus anuncia a destruição de Jerusalém (vv. 5-6). Lucas descreve, quase 20 anos depois da destruição do Templo, o que aconteceu no ano 70 d.C. Os apocalipses costumam usar acontecimentos passados e apresentá-los como ainda não realizados, para animar a resistência dos cristãos e encorajá-los na luta.
O povo achava que a invasão dos pagãos e a destruição do Templo eram sinais do fim do mundo. Na realidade, eram apenas sinais do fim do judaísmo, eram sinais do fim do sistema opressor representado pelo Sinédrio e simbolizado pelo Templo. O povo não pode deixar-se levar por charlatões e enganadores, hoje muito em voga, dentro e fora da Igreja. As perguntas dos apóstolos são as mesmas de hoje: quando? como? E aqui aparecem os falsos messias, tapeando e assustando o povo. Os vv. 10 e 11 são comuns nos profetas para anunciar a chegada do fim. Aqui, como dissemos, eles anunciam o fim do mundo judaico.
Diante de tudo isso, o cristão deve reativar seu testemunho e reanimar a esperança diante de dias melhores, na certeza de que as crises apontam para o novo, para o melhor; por isso, o importante é perseverar até o fim, apesar das tribulações, perseguições, prisões, mortes. Tudo isso Lucas já viu acontecer na comunidade (morte de Estevão e de Tiago, lutas e sofrimentos de Paulo etc.).
Aconteceu com o Mestre, por que não acontecer com o discípulo? Tudo isso, aliás, é sinal de que o Reino está chegando. É só assim que o cristão entra na glória. O cristão não deve temer, mas resistir, pois “é permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida”.
Leituras da semana
dia 18: 1Mc 1,10-15.41-43.54-57.62-64; Sl 118[119],53.61.134.150.155.158; Lc 18,35-43
dia 19: 2Mc 6,18-31; Sl 3,2-3.4-5.6-7; Lc 19,1-10
dia 20: 2Mc 7,1.2-31; Sl 16[17],1.5-6.8b.15; Lc 19,11-28
dia 21: Zc 2,14-17; (Sl) Cânt. Lc 1,46-47.48-49.50-51.42-53.54-55; Mt 12,46-50
dia 22: 1Mc 4,36-37.52-59; (Sl) Cânt. 1Cr 29,10.11abc.11d-12a.12bcd; Lc 19,45-48
dia 23: 1Mc 6,1-13; Sl 9A[9],2-3.4 e 6.16b e 19; Lc 20,27-40