Roteiros Pastorais Homilética
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20/12/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3917 3º Domingo do Advento - 15/12/2019 Tempo de alegre esperança
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"O menor do Reino de Deus é maior que João. Depois de tantos e tão grandes elogios a João Batista, inclusive dizendo que ele é o maior de todos os homens"

Leituras: Is 35,1-6a.10; Tg 5,7-10; Mt 11,2-11

 A alegria da volta. Os capítulos 34-35 são chamados de "Pequeno Apocalipse de Isaías". Eles foram escritos depois do Exílio Babilônico (586-538 a.C.). É um anúncio do julgamento das nações opressoras e a restauração de Jerusalém.

Nosso texto fala do retorno a Jerusalém – Sião. Um novo êxodo vai acontecer e o povo oprimido e humilhado já pode alegrar-se, pois verá a glória de Javé. Deus vingará seu povo, salvando-o da mão dos opressores (v. 4). O texto é profundamente poético, cheio de entusiasmo e alegria. Quem fala tem convicção e certeza da força do Deus libertador. A vida é reconstituída com exuberância. O aspecto ecológico salta aos olhos nos primeiros versículos.

 Perseverar até o fim. Quem ler os seis primeiros versículos do capítulo 5º vai perceber no apóstolo Tiago a veemência dos profetas da justiça social, uma atitude e um palavreado muito próximos de Amós. A exploração dos ricos sobre os pobres e as retenções dos salários fazem com que Tiago fale coisas pesadas sobre os ricos.

Diante de tanta opressão e miséria, o pobre vai perdendo a esperança, ficando impaciente, e o desânimo de perseverar na luta vai tomando conta dele. Jesus está demorando muito para inverter esta situação. Diante deste sofrimento dos pobres e explorados, diante de sua impaciência e falta de perseverança, Tiago exorta a comunidade a assumir quatro atitudes concretas:

  1. A paciência. "Irmãos, tende paciência até a vinda do Senhor". O Senhor vai resolver este problema. O exemplo tirado da vida do campo é muito bonito e esclarecedor. É o exemplo do agricultor. Ele faz a parte dele, depois espera pacientemente o fruto precioso da terra, até receber a chuva do outono e da primavera. “Esta chuva é um sinal de que Deus não abandona o seu povo.”
  2. A perseverança. O v. 8b diz: "Também vós, exercei a paciência e firmai vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima". É o apelo à atitude de perseverança. Só um coração forte, numa opção madura, é capaz de aguentar até o fim. O v. 11 dá o exemplo de Jó. Ele aguentou firme e Deus o recompensou de modo admirável, pois Deus é rico em compaixão e misericórdia.
  3. A união. Está no versículo 9 com a recomendação de não se queixarem uns dos outros. É preciso deixar o julgamento para o Juiz supremo, que já está às portas.
  4. O exemplo dos profetas: Aqui, no v. 10, os profetas são modelos para os cristãos através do sofrimento e da paciência. Eles suportam todos os maus tratos das lideranças injustas e opressoras; não desanimaram, não perderam a esperança nem o pique do anúncio, da denúncia e do testemunho, e Deus os recompensou.

 A missão de Jesus. João talvez tenha se surpreendido com Jesus. Por quê? Porque ele anunciou Jesus como um juiz severo que julgaria os bons e os maus, separando-os como se separa o trigo da palha (cf. Mt 3,12). Jesus, entretanto, apareceu superando toda expectativa, trazendo vida aos marginalizados, vista para os cegos, saúde para os doentes, esperança para todos e até mesmo vida para quem estava morto.

João, da prisão, manda perguntar a Jesus: "És Tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" A resposta de Jesus não é teórica, mas prática. Ele manda os discípulos de João contar a ele o que eles estão ouvindo e vendo da parte de Jesus. É exatamente o que foi anunciado na primeira leitura (Is 35, 1ss; cf. Mt 15,29-31). Quem tem olhos e ouvidos vai concluir que o Messias chegou, vai concluir que Deus visitou o Seu povo.

No v. 6, Jesus conclui: "E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito!" Quem é capaz de se escandalizar de Jesus? Exatamente aqueles que se alimentam da exploração do povo a quem Jesus socorre.

Quem é João Batista para Jesus? João é mais do que um profeta (v.9), o maior de todos os homens. Convicto de sua missão de precursor do Messias (v. 10), ele não se deixou levar pelo sistema (não era um caniço agitado pelo vento), nem concordou com a riqueza exploradora (não se vestia de roupas finas nem morava em palácios).

O menor do Reino de Deus é maior que João. Depois de tantos e tão grandes elogios a João Batista, inclusive dizendo que ele é o maior de todos os homens, Jesus conclui: "No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele". João apenas prepara as pessoas para o encontro definitivo com o Reino de Deus inaugurado por Jesus.

E esse menor, quem é? São, sem dúvida, aqueles a quem Jesus dedica suas ações miraculosas, seus ensinamentos, sua vida. São as crianças, os discípulos, os marginalizados, os pequeninos (cf. Mt 10,24; 11,25; 18,1-6).

 

Leituras da semana

dia 16: Nm 24,2-7.15-17a; Sl 24[25],4bc-5ab.6-7bc.8-9; Mt 21,23-27

dia 17: Gn 49,2.8-10; Sl 71[72],1-2.3-4ab.7-8.17; Mt 1,1-7

dia 18: Jr 23,5-8; Sl 71[72],1-2.12-13.18-19; Mt 1,18-24

dia 19: Jz 13,2-7.24-25a; Sl 70[71],3-4a.5-6ab.16-17; Lc 1,5-25

dia 20: Is 7,10-14; Sl 23[24],1-2.3-4ab.5-6; Lc 1,26-38

dia 21: Ct 2,8-14 ou Sf 3,14-18; Sl 32[33],2-3.11-12.20-21; Lc 1,39-45

 

 

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