Roteiros Pastorais Homilética
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07/04/2020 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3922 3º Domingo da Páscoa - 26/04/2020 “Realmente o Senhor ressuscitou!” (Lc 24,34)
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"A Bíblia apenas aquece os corações. O que provoca mesmo explosão de vida é a partilha..."

3º Domingo da Páscoa - 26/04/2020

“Realmente o Senhor ressuscitou!” (Lc 24,34)

 

Leituras: At 2,14.22-33; Sl 15[16]; 1Pd 1,17-21; Lc 24,13-35

 

  1. Jesus é o Messias. Este texto faz parte do primeiro dos 8 discursos de Pedro nos Atos dos Apóstolos. Os discursos são importantes, pois refletem a pregação no início da Igreja. Eles ocupam um quinto do Livro dos Atos.

O esquema geral de um discurso de Pedro ou de Paulo é muito simples: a. Introdução; b. Anúncio de Jesus Cristo, relembrando o que ele fez e o que aconteceu com ele; c. A identidade de Jesus como o Messias prometido por Deus. d. Anúncio da remissão dos pecados e convite à conversão para uma nova vida animada pelo Espírito Santo. No texto, percebemos que o programa traçado por Jesus em At 1,8 começa a se realizar com o testemunho de Pedro. Ele fala do que Jesus fez (v. 22), como Jesus morreu (v. 23) e anuncia sua ressurreição (v. 24), como vitória sobre a morte. Cita o Sl 16,8-11 como prova definitiva de sua ressurreição. Pedro esclarece que Davi não falava de si mesmo, mas de seu descendente no trono, o Cristo. Deus ressuscitou Jesus e o exaltou à sua direita. Do Pai, Jesus recebe o Espírito Santo e o derrama sobre os apóstolos.

 

  1. Vida nova em Cristo. A sociedade em que os cristãos estão vivendo é hostil, dividida entre patrões e escravos, nativos e estrangeiros, onde os primeiros abusam dos segundos. O autor mostra o novo modo de vida dos cristãos a partir da fé e da esperança. Todos devem se considerar iguais diante de Deus. O projeto de Deus exige comunhão e coerência de vida. Esta exigência brota do sangue que Cristo derramou por eles. Enquanto a sociedade compra vidas humanas para seu serviço, Jesus dá sua vida como prestação de serviço a todos. A vida cristã é o inverso da vida da sociedade. No lugar do egoísmo, o cristão se abre para o outro como Cristo o fez, para que todos possam ter vida. É esta fé e esta esperança no Deus da vida que deve animar os cristãos a uma vida fraterna e solidária.

 

  1. A Palavra que ilumina. Como os discípulos de Emaús, muitos cristãos têm dúvidas quanto à ressurreição de Jesus. O Evangelho de hoje traz uma luz sobre este fato. Onde e como experimentar o Cristo vivo? Estamos no mesmo dia da ressurreição. Para os que acreditaram, Jerusalém é o lugar da vitória do ressuscitado. Para quem não acreditou Jerusalém sepulta o corpo derrotado de Jesus, e Emaús representa a cidade da cegueira total, para onde voltam os dois discípulos frustrados, abandonando o projeto de Deus.

Jesus entra na conversa, pois eles estão por dentro dos acontecimentos, mas não penetram o sentido dos fatos. Reconheceram em Jesus um profeta poderoso em obras e em palavras. Mas isto não basta para ser cristão. O importante é crer na ressurreição de Jesus.

O texto vai mostrar os dois instrumentos que suscitam a fé e nos fazem experimentar Jesus hoje. Jesus parte da Bíblia e vai aquecendo o coração dos discípulos. O Primeiro Testamento fala de Jesus, aponta para Jesus. Jesus é a chave de leitura da Bíblia, tanto do Primeiro quanto do Segundo Testamento. Nele as Escrituras se realizam.

De coração aquecido, os discípulos já tomam uma atitude cristã, a da hospitalidade. Convidam Jesus para entrar, pois a noite estava chegando. Na verdade era o clarão do novo dia que estava raiando para eles, e eles não sabiam, pois a Bíblia só não basta.

A Bíblia apenas aquece os corações. O que provoca mesmo explosão de vida é a partilha. Eis o segundo instrumento que suscita a fé: a Eucaristia. Aqui as coisas mudam, o hóspede se torna anfitrião. É Jesus, de fato, que parte o pão, e aí acontece o milagre. Os olhos que estavam vendados se abrem e eles reconhecem Jesus.

Jesus agora encontrou pousada no coração dos discípulos. Sua presença física no mundo acabava no alto do Calvário. Agora ele mora, pela fé, no coração de quem crê. Sua presença física é dispensável, pois a comunidade possui agora os dois sacramentos da presença dele: a Bíblia e a Eucaristia, que são a partilha do pão com os irmãos.

É na leitura da Bíblia, principalmente em grupo e na Eucaristia, como entrega serviço e partilha com os irmãos, que a comunidade experimenta Jesus hoje.

 

Leituras da semana

dia 27: At 6,8-15: Sl 118[119],23-24.26-27.29-30; Jo 6,22-29

dia28: At 7,51 – 8,1a; Sl 30[31],3cd-4.6ab e 7b e 8a.17 e 21ab; Jo 6,30-35

dia 29: At 8,1b-8; Sl 65[66],1-3a.4-5.6-7a; Jo 6,35-40

dia 30: At 8,26-40; Sl 65[66],8-9.16-17.20; Jo 6,44-51

dia 1º: Gn 1,26 – 2,3; Sl 89[90],2.3-4.12-13.14 e 16; Mt 13,54-58

dia 2: At 9,31-42; Sl 115[116B],12-13.14-15.16-17; Jo 6,60-69

 

 

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