Roteiros Pastorais Homilética
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04/10/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3915 27o Domingo do Tempo Comum - 6/10/2019
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"“Aumenta a nossa fé!” (Lc 17,5)"

27o Domingo do Tempo Comum - 6/10/2019

“Aumenta a nossa fé!” (Lc 17,5)

Leituras: Hab 1,2-3; 2,2-4; Sl 94[95]; 2Tm 1,6-8.13-14; Lc 17,5-10

 

Quando Deus demora. O profeta Habacuc vive às voltas com um problema muito moderno: a impunidade de malvados e opressores. Só que Habacuc, como profeta, possui uma qualidade que certamente ainda não temos. Ele vive em profunda intimidade com Deus e Deus lhe revela também seus segredos. Dessa intimidade e desse conhecimento de Deus nasce-lhe um aguçado senso crítico: a maldade e a opressão são contrárias ao projeto de Deus. Aí ele se enche de uma santa e justa indignação. De tudo isso brota a ousadia de reclamar de Deus e de lamentar sua falta de intervenção. “Até quando, Senhor, ficarei clamando sem que me dês atenção?” Em 2,2-4, se anuncia a resposta de Javé. Através de uma visão, o profeta poderá contemplar a derrota daquele cuja alma não é reta (v. 4), e o desaparecimento do homem arrogante (v. 5).

Na resposta de Javé devemos salientar dois pontos: 1. A esperança: “Se demorar, é só esperar, ela vem mesmo e não há de demorar” (v. 3). O profeta foi gravar isso numa tabuleta, pois a palavra de Javé tem valor de lei. 2. Enquanto o injusto perece, “o justo viverá por sua fidelidade”. Quer dizer a justiça é fruto da fé. É Deus que nos faz justos através da nossa fé. E através da fé possuiremos a vida.

 

  1. É preciso perseverar. O autor, da escola de Paulo, recorda a fé de Timóteo e o exorta a reavivar a chama do dom de Deus, que ele recebera por imposição das mãos de Paulo. Nosso compromisso batismal ou nosso compromisso eclesial precisa ser alimentado, incentivado, renovado. “Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação”. Não temos, pois razão para sermos fracos e frios.

A segunda exortação – testamento - é não se envergonhar do testemunho. Timóteo deve testemunhar Jesus Cristo, e assim fazendo, ele dá testemunho também de Paulo que é prisioneiro por causa de Jesus Cristo. A palavra testemunho em grego implica em sofrimento e até mesmo na morte (testemunho = martírio). Por isso “Paulo” diz: “Sofre comigo pelo Evangelho”. O depósito precioso é o depósito da fé e da doutrina. O Espírito Santo é que nos ajuda a guardá-lo, renovando seu entendimento.

 

  1. Servos inúteis. Na caminhada cristã, muitos são os desafios. A caminho de Jerusalém (9,51-19,27). O evangelista remonta às palavras de Jesus para dar força à comunidade. Diante da crise de fé, é preciso pedir como os discípulos: “Aumenta-nos a fé!” Os apóstolos falam em quantidade, mas Jesus responde em termos de qualidade. A fé pode ser pequenina como o grão de mostarda. É preciso ter a força interior armazenada no grão de mostarda, que é capaz de se tornar uma grande árvore. A gratuidade (vv. 7-10).

A parábola mostra isto. Depois do trabalho, o criado não vai ser servido pelo seu patrão. Ele vai, sim, é preparar o jantar e servir o patrão. E o patrão não lhe fica devendo obrigação nenhuma. Assim também o cristão, depois de ter cumprido todas as suas obrigações, deve dizer: “Somos criados inúteis. Fizemos apenas o que tínhamos de fazer”.

Fé e gratuidade - eis a solução para muitos problemas e crises na comunidade. Mas por que Lucas diz que “somos criados inúteis”, se o criado acabou de ser útil ao seu patrão? Acredito que se trata de uma referência à salvação pela fé, e não pelas obras. Quer dizer, o que fazemos não é útil para a nossa salvação. O que é útil para a nossa salvação é a fé. Quem nos salva é o que Jesus fez por nós, não o que fazemos. Nossas obras são necessárias, sim, mas como expressão da nossa acolhida da salvação que recebemos gratuitamente de Jesus Cristo.

Nossas obras não nos salvam, mas através delas ajudamos na edificação do Reino de Deus, com o respeito mútuo, a convivência fraterna, um mundo mais justo e mais humano. A salvação vem pela fé na gratuidade do amor misericordioso de Deus, manifestado em Jesus Cristo.

 

Leituras da semana

dia 7: At 1,12-14; (Sl) Cânt. Lc 1,46-47.48-49.50-51.52-53.54-55; Lc 1,26-38

dia 8: Jn 3,1-10; Sl 129[130],1-2.3-4ab.7-8; Lc 10,38-42

dia 9: Jn 4,1-11; Sl 85[86],3-4.5-6.9-10; Lc 11,1-4

dia 10: Ml 3,13-20a; Sl 1,1-2.3.4 e 6; Lc 11,5-13

dia 11: Jl 1,13-15; 2,1-2; Sl 9ª[9],2-3.6.16.8-9; Lc 11,15-26

dia 12: Est 5,1b-2; 7,2b-3; Sl 44[45],11-12a.12b-13.14-14a.15b-16; Ap 12,1.5.13a.15-16a; Jo 2,1-11

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