Roteiros Pastorais Homilética
Compartilhe esta notícia:
20/09/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3915 25o Domingo do Tempo Comum - 22/09/2019
F/OVERBO
"“Nenhum empregado pode servir a dois senhores” (Lc 16,13)"

25o Domingo do Tempo Comum - 22/09/2019

“Nenhum empregado pode servir a dois senhores” (Lc 16,13)

Leituras: Am 8,4-7; Sl 112[113] 1Tm 2,1-8; Lc 16,1-13

 

  1. A Aliança rompida. Estamos no séc. VIII a.C., época de expansão política, lembrando os tempos de Davi. Economicamente, uma prosperidade nunca vista, luxo, bem-estar para as classes privilegiadas. Socialmente, uma distância abissal entre ricos e pobres. Isso tudo sustentado pela base religiosa. A religião sustentava a corrupção. Muita euforia, muito aparato, mas o culto era vazio.

Os comerciantes injustos e gananciosos enriquecem às custas da exploração, lesando os próprios irmãos. O ideal da Aliança tinha desaparecido, nada de solidariedade e justiça, mas apenas falsificações, roubo, fraude. Eles diminuem a medida, aumentam o peso, falsificam as balanças. Vendem até os refugos do trigo.

Haverá impunidade para quem comete tais crimes? Não. Javé vai intervir, pois quem lesa o pobre, lesa o próprio Deus. Javé se sente ferido com as injustiças e corrupções. Ele jura tomar partido em favor do oprimido. Onde o pobre é mais lesado hoje?

 

  1. Salvação para todos. No capítulo 2º da 1Tm, temos a recomendação da oração litúrgica numa intenção universal sem exclusão (vv. 1-8). Nossa oração se fundamenta na vontade de Deus, que quer a salvação de todos, e que cheguem ao conhecimento da verdade. A oração é, então, a sintonia com o projeto de Deus. O texto ressalta bastante o “todos”, ou seja, o caráter universal da oração litúrgica e da salvação de Jesus. Paulo é o arauto desta novidade, como apóstolo das nações.

Aqui são apresentados quatro modos de oração: pedidos, orações, súplicas e ação de graças. Quer dizer, em qualquer situação em que você estiver, você pode relacionar-se com Deus. É claro que está excluída uma situação de ira e de discussões (v. 8). Esta, aliás, é a novidade cristã. Nenhum cristão reza desejando o mal para alguém como faziam os judeus. O coração de quem reza deve estar aberto a todos, sem exceção.

 

  1. Entre Deus e o dinheiro. Estamos na grande viagem para Jerusalém (9,51-19,27), quando os discípulos experimentam as dificuldades, exigências e desafios para seguir o Mestre. Jesus quer ensinar os discípulos a serem espertos nas coisas de Deus como são os homens nas coisas do mundo (v. 5). A parábola trata de um administrador que foi acusado de esbanjar os bens do patrão (v. 1). O patrão o chama para prestar contas. O administrador, ameaçado pelo desemprego, toma uma atitude esperta e prudente. A quem devia 100 barris de óleo, ele mandou anotar apenas 50. A quem devia 100 sacas de trigo, ele mandou anotar 80.

Importa notar que ele se privou apenas do que pertencia a ele, e não ao patrão. Em sua esperteza, ele lesou seu patrão? Não. Esta diferença de 50 no óleo e 20 no trigo era, segundo o costume, direito dele. Era costume, na época, o administrador conceder empréstimos com os bens do patrão. E como o administrador não era remunerado, ele se indenizava, aumentando, no recibo, a importância dos empréstimos. Na realidade, ele tinha emprestado do patrão apenas 50 barris de óleo e 80 sacas de trigo. O resto era lucro que ele ganharia. O administrador privou-se daquilo a que tinha direito, pois, depois, de desempregado, ele poderia precisar deles.

É claro que, apesar de ter agido segundo o costume, não podemos deixar de dizer que seus juros de 100% no óleo e 20% no trigo já eram desonestos, porque exagerados. A sua desonestidade está no anterior esbanjamento dos bens do patrão. Isto foi dito no v. 1, antes de ser narrada a parábola.

Jesus faz a aplicação aos discípulos (vv. 19-13). 1o - Desprendimento e partilha (v. 9). Os discípulos devem ter a coragem de privar-se dos seus direitos para seguir o mestre. Devem partilhar o dinheiro injusto. Qualquer acúmulo fere a justiça do Reino. 2o - Fidelidade (vv. 10-12). É impossível ser fiel nas grandes coisas (as propostas do Reino), se não se for fiel nas pequenas (uso dos bens terrenos). 3o - A opção fundamental. Os discípulos têm de tomar nova decisão radical: ou o serviço a Deus ou o serviço às riquezas.

 

Leituras da semana

dia 23: Esd 1,1-6: Sl 125[126],1-2ab.2cd-3.4-5.6; Lc 8,16-18

dia 24: Esd 6.7-8.12b.14-20; Sl 121[122],1-2.3-4a.4b-5; Lc 8,19-21

dia 25: Esd 9,5-9; (Sl) Cânt. Tb 13,2.3-4.5.8; Lc 9,1-6

dia 26: Ag 1,1-8; Sl 149,1-2.3-4.5-6a.9b; Lc 9,7-9

dia 27: Ag 1,15b – 2,9; Sl 42[43],1.2.3.4; Lc 9,18-22

dia 28: Zc 2,5-9.14-15a; (Sl) Cânt. Jr 31,10.11-12ab.13; Lc 9,43b-45

Compartilhe esta notícia:
Nome:
E-mail:
E-mail do amigo:
DEIXE UM COMENTÁRIO
TAGS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS