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23/06/2020 Antônio Carlos Santini Edição 23/06/2020 – Pela porta estreita... (Mt 7,6.12-14)

PALAVRA DE VIDA

23/06/2020 – Pela porta estreita... (Mt 7,6.12-14)

Um comentarista desta passagem do Evangelho classificou o conselho de Jesus como um “convite imperioso”. De fato, trata-se de um imperativo. Sabemos, sim, que Deus é o primeiro a respeitar a liberdade que ele mesmo nos quis dar. Mas fica ressoando aos nossos ouvidos aquela ordem do Senhor do Banquete aos servos enviados às encruzilhadas para arrebanhar os trôpegos, os mendigos e aleijados: “Compelle intrare!” Isto é: “Obriga-os a entrar!”

            É como se Deus, que é Pai, apaixonado por seus filhos, conhecendo as resistências que o pecado acumulou em nós, forçasse um pouco para nos levar à felicidade celeste. Ele sabe de nossa fraqueza, da infantilidade carnal que nos leva a ser seduzidos pelas purpurinas deste mundo, na ilusão de ser ouro puro...

            Mas o Pai sabe que devemos fazer força e colaborar com sua Graça para chegar à salvação. O Apóstolo Paulo sabia disso. Por isso escreveu: “Todos os atletas se impõem muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de ter pregado aos outros”. (1Cor 9,25.27.)

            De fato, quem se permite todos os prazeres, todas as facilidades, buscando fazer sempre a própria vontade e seguindo suas inclinações naturais, este optou pela porta larga: “a via que leva à perdição”. Todos os mestres espirituais sempre ensinaram que é preciso morrer para nós mesmos, se é que queremos fazer a vontade de Deus. Esta é exigente, supõe uma permanente superação de nossas más tendências e inclinações naturais.

            Hoje, a vida ascética é objeto de risos e zombarias. Talvez isto se explique por excessos cometidos em sacrifícios artificiais, como misturar cinza à própria comida, ou exagerar em jejuns que acabam com a saúde e inabilitam para a missão. Mas o exercício de abrir mão de nossas preferências, obedecendo a Deus nos pais e superiores, continua válido como escola de santidade.

            Não é possível seguir a Jesus quando nós somos nosso próprio “deus”. O caminho do Calvário, paradoxalmente, é uma “subida para baixo”: humilhar-se, rebaixar-se, ceder a vez, assumir as tarefas que todos rejeitaram. Os santos viveram assim. Isto explica que os intelectuais e acadêmicos tenham tal alergia pela leitura da vida dos santos, tão ao gosto do povo simples...

            E eu? Que estrada estou seguindo? A free-way da minha vontade própria? Ou o trilho pedregoso da vontade de Deus?

Orai sem cessar: “Senhor, faz-me viver em teus caminhos!” (Sl 119, 37)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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