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21/03/2020 Antonio Carlos Santini Edição 21/03/2020 – Sou pecador...(Lc 18,9-14)

PALAVRA DE VIDA

21/03/2020 – Sou pecador...(Lc 18,9-14)

                Na parábola narrada por Jesus, dois homens se apresentam diante de Deus. O primeiro deles se julga justo e santo: sua “oração” consiste em ridículo autoelogio, a gabar-se de suas boas obras em longa relação de atos que ele julgava meritórios. O segundo – batendo no peito, os olhos baixos, no fundo do templo – vê-se como pecador e suplica por misericórdia. Como todos sabem, Jesus garante que a oração do pecador foi ouvida, e que o outro falou para as paredes...

                O leitor conhece alguém que não tem pecados? Eu conheço. Gente que, ao ouvir falar no sacramento da Reconciliação (popularmente conhecido como “confissão”), replica: “Mas, confessar o quê? Não matei nem roubei! Eu não tenho pecados...” Um tipo assim pode ser tão caradura, que até venha a apresentar a Deus uma fatura, cobrando um lugarzinho conquistado no céu!

                Claro, não basta “não matar” e “não roubar”. Corremos o risco de... não amar. E não amar é um grave pecado... É por não amar que quebramos nossos juramentos de fidelidades, abandonamos os filhos, ficamos indiferentes perante a dor do mundo... É por não amar que gastamos nosso tempo em pequeninos programas e diversões pessoais, acumulamos dinheiro com avareza e negamos a esmola, fazemos do prazer o alvo de nossa existência. É por não amar que nos tornamos agressivos e agressores. É por não amar que negamos o perdão e defendemos a pena de morte. É por não amar que nos alegramos com a infelicidade dos outros. Basta?

                Não. Não basta. Na verdade, nossos pecados vão muito além. Só que – como dizia o Papa Pio XII, já em 1948, “o maior pecado deste século é a perda do sentido do pecado”. E, ao ignorar que somos pecadores, justificando nossas falhas, mascarados de inocentes, nós temos sempre a língua afiada para acusar as pequenas falhas dos outros. Se pudéssemos, teríamos igualmente uma lâmina afiada para cortar o pescoço dos pecadores. Claro, os “outros pecadores”...

                É hora de meditar na lição desta incômoda parábola de Jesus Cristo: a oração dos honestos autossuficientes não passa da laje do templo. Já a oração daquele que se reconhece como pecador mexe profundamente com as entranhas de misericórdia de nosso Deus. Como cantava o Rei pecador, “um coração contrito e humilhado, ó Senhor, tu não desprezarás!” (Sl 51,19).

 

Orai sem cessar: “Minha culpa, Senhor, eu a confesso!” (Sl 37,19)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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