Roteiros Pastorais Homilética
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18/06/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3913 15º Domingo do Tempo Comum - 14/07/2019
"Vai e faze a mesma coisa. [Lc 10,37]"

15o Domingo do Tempo Comum - 14/07/2019

 

Leituras: Dt 30,10-14; Sl 68[69]; Cl 1,15-20; Lc 10,25-37

Destaque: “Vai e faze a mesma coisa.” [Lc 10,37]

 

  1. A Lei no coração. Os homens têm belos projetos, mas são egoístas, acabam em privilégios para uns poucos e opressão para a maioria. O projeto de Deus, ao contrário, pretende trazer vida para todos. O coração de Deus só experimentará alegria, quando todos os homens viverem na solidariedade, justiça e paz. Isto nos fala o Deuteronômio.

Qual é a condição para isto? Conversão total a Deus e obediência aos mandamentos e estatutos escritos no livro do Deuteronômio (v. 10). Estes não são normas frias, mas a síntese das experiências vitais da vida. Portanto, seguir a lei para o Deuteronômio é buscar a vida. Os vv. 11 a 14 querem mostrar a facilidade e a proximidade da Lei.

É difícil subir aos céus e atravessar o mar, mas a Lei não está lá em cima no céu, nem do outro lado do mar. Ela está bem perto do homem, dentro do seu próprio coração, lá dentro da própria consciência. Coração, para o semita, é a sede da consciência. Quem quiser colocá-la em prática, portanto, não tem desculpas, pois obedecer à lei é obedecer ao que há de mais profundo no coração humano – seu anseio de justiça, sua busca de vida para todos.

 

  1. Reconciliados em Cristo. Diante de tantos mediadores impostos pelos cultos pagãos e outros, como seres angélicos, soberanias, principados, e outras forças cósmicas, o autor apresenta o único mediador entre Deus e os homens: Jesus, o Filho amado. Este hino é uma exaltação à soberania de Cristo sobre tudo e sobre todos. Cristo é apresentado como a plenitude do humano e do divino, origem e fim de todas as coisas.

O homem é imagem e semelhança de Deus, e esta imagem chega à perfeição em Jesus Cristo. Ele é a visibilidade do próprio Deus no meio dos homens, o primogênito, o Filho anterior a tudo. Nele tudo foi criado. Ele é a origem e a finalidade de todas as criaturas.

Cabeça do Corpo que é a Igreja, Cristo é o princípio da humanidade nova. O projeto de Deus falido em Adão alcança plena realização em Jesus Cristo, que através da sua morte e ressurreição funda uma humanidade nova. Ele tem a primazia em tudo, porque Deus quis nele habitar. Jesus é a plenitude de Deus no meio dos homens, o projeto acabado que Deus tinha para o homem. Por meio de Jesus, através do seu sangue na cruz, Deus se reconcilia com os homens estabelecendo a paz. A humanidade reconciliada, esta humanidade nova, recriada em Cristo, é a Igreja da qual Cristo é a cabeça.

 

  1. Vai e faze o mesmo! A atitude do especialista em leis é mal intencionada, para tentar Jesus, e visa ao seu próprio benefício: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” Como ele é um especialista em leis, Jesus pergunta o que diz a Lei. Ele responde: amar a Deus e ao próximo. Jesus aprova sua resposta e diz: “Faça isso e viverá”.

Para possuir a vida eterna, não é preciso muita teoria nem ser especialista em nada: a única especialidade que a lei exige e em que Jesus insiste é a prática do amor. Como o especialista não quer saber da prática, ele teoriza mais uma vez com a pergunta: “Quem é o meu próximo?” Jesus responde indiretamente com uma parábola em que ele transforma a pergunta do especialista numa pergunta altruísta e prática, onde o importante é o outro a quem devo amar e servir, e não eu mesmo. E a pergunta fica assim: Que atitude prática me torna próximo da pessoa que encontro?

A atitude dos ladrões é desrespeitosa, desonesta, gananciosa. Os ladrões de ontem e de hoje, ladrões de cor ou de colarinho branco, comportam-se como o funil ganancioso, e o seu lema é: “o que é teu é meu”.

Os encarregados do Templo (sacerdotes e levitas) também são especialistas, mas em religião, em ritos. Sua preocupação não é com o outro, a pessoa, a vida, mas com a religião, o Templo, os ritos, o culto. Concentram sua atenção em torno dos Templos e dos cultos sem vida, e a parábola lhes mostra que Deus não está mais no Templo, mas na pessoa dos excluídos e dos marginalizados. Eles possuem valores aparentes e querem defendê-los mesmo em detrimento da vida. Seu lema é: “o que é meu é meu”.

Já o Samaritano não é especialista em nada. Não carrega perguntas teóricas, mas procura na prática estar mais próximo de quem precisa. A parábola insinua que o assaltado e moribundo era um judeu (inimigo dos samaritanos), mas o samaritano está preocupado com a vida em perigo, e não com rixas e picuinhas. Sua atitude é de compaixão, atitude divina que, no Evangelho de Lucas, é reservada apenas ao Pai (cf. 15,20) e a Jesus (cf. 7,13).

A parábola enumera as diversas práticas do samaritano. Ele toma todas as atitudes necessárias para curar e salvar o seu próximo, até passa a noite com ele. Além disso, deixa um dinheiro a mais com o hospedeiro e diz que, na volta, pagaria se precisasse de alguns cuidados especiais. Ele é o homem da solidariedade e da partilha.

O bom samaritano é a autobiografia de Jesus. Seu lema é: “o que é meu é teu”. Jesus não quer sacrifícios, mas misericórdia.

 

Leituras da semana

dia 15: Ex 1,8-14.22; Sl 123[124],1-8; Mt 10,34 – 11,1

dia 16: Zc 2,14-17; Cânt. Lc 1,46-55; Mt 12,46-50

dia 17: Ex 3,1-6.9-12; Sl 102[103],1-4.6-7; Mt 11,25-27

dia 18: Ex 3,13-20; Sl 104[105],1.5.8-9.24-25.26-27; Mt 11,28-30

dia 19: Ex 11,10-12.14; Sl 115[116B],12-13.15-18; Mt 12,1-8

dia 20: Ex 12,37-42; Sl 135[136],1.23-24.10-15; Mt 12,14-21

 

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