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15/09/2020 Antônio Carlos Santini Edição 15/09/2020 – Junto à cruz... (Jo 19,25-27)

PALAVRA DE VIDA

15/09/2020 – Junto à cruz... (Jo 19,25-27)

            Aparentemente, apenas uma cláusula locativa. Adverbial de lugar. Só que o mesmo lugar registra notáveis ausências: ali não se vê Pedro, a “rocha”. Não está presente Simão, o zelota, isto é, o bravo guerrilheiro. Todos os amigos de Jesus fugiram diante do anticlímax inesperado: a prisão, condenação e crucifixão de Jesus.

            “Junto à cruz”, apenas algumas mulheres e um jovem discípulo, João. Pois a presença de João, que não teme se arriscar nem se permite abandonar o Mestre amante, acaba recompensada de modo admirável. Vendo que sua vida chegava ao fim, Jesus deixa seu maior tesouro, Maria, sob os cuidados do discípulo amado. “Eis a tua mãe!”

            Os Padres da Igreja reconheceram na pessoa de João, aos pés da cruz, uma figura da Igreja que acompanha o Mestre em sua Paixão. Modernamente, São Josemaría Escrivá comentaria: “Os autores espirituais viram nestas palavras do Santo Evangelho um convite dirigido a todos os cristãos para que Maria entre também em suas vidas. Em certo sentido, é quase supérfluo este esclarecimento. Maria quer certamente que a invoquemos, que nos aproximemos dela com confiança, que apelemos para a sua maternidade, pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe”.

            Por outro lado, também Maria, aos pés da cruz, é convidada a experimentar uma ampliação de sua maternidade. A partir do Calvário, aquela que era Mãe de Jesus Cristo deve estender seu manto materno sobre todo o “corpo de Cristo”, a Igreja. Dali em diante, cada fiel, imagem de Jesus, passa a ser incluído como filho de Maria.

            Nestes últimos tempos, quando o Papa João Paulo II adotou como lema a expressão “totus tuus” (isto é, “todo teu”, todo de Maria!), também ele se inscrevia entre os filhos, na esteira de João. Sua extremada devoção Mariana, que o levou a escrever documentos como a Redemptoris Mater e a Rosarium Virginis Mariae, animou muitos fiéis a recorrerem à sua materna proteção.

            Natural que os discípulos de Jesus venham a honrá-lo também com gestos de amor por Maria... Afinal, quem louva a Mãe, honra o Filho. Estranho é alguém imaginar que nosso amor pela Mãe pudesse desagradar ao Filho...

            No dia de N. Senhora das Dores, a Virgem fiel e o discípulo amado nos ensinam a verdadeira prova de amor a Jesus: permanecer junto à cruz...

Orai sem cessar: “Busquei aquele que meu coração ama.” (Ct 3,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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