Roteiros Pastorais Palavra de Vida
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12/06/2020 Antônio Carlos Santini Edição 12/06/2020 – Arranca-o! (Mt 5,27-32)

PALAVRA DE VIDA

12/06/2020 – Arranca-o! (Mt 5,27-32)

            Nesta sociedade feita de meias medidas, de conchavos, de facilidades, é natural que a palavra de Jesus provoque arrepios... A radicalidade do Mestre tem afastado muitos eventuais seguidores que “até gostavam” de Jesus, mas não tanto assim...

            É o velho sonho de um cristianismo sem cruz, uma espiritualidade sem sacrifício, um serviço sem consagração. A tentativa infantil de conciliar os “alimentos do mundo” (ah! Les nourritures terrestres!) com o banquete do Cordeiro. Isto explica a multidão de burocratas da fé ali onde o Senhor esperava por missionários...

            Afinal, é preciso arrancar o próprio olho para seguir a Jesus? É preciso decepar a mão direita para ser fiel? Vejamos o comentário do Hébert Roux:

            “Diante do sétimo mandamento, como diante dos outros, não existe homem sem pecado; não há coração puro, pois ‘é do coração que saem... os adultérios’ (Mt 15,19; Jo 8,3-11). Na presença desta condenação, Jesus recomenda o sacrifício.

            Ele não propõe uma ascese para chegar à pureza do coração, mas declara que tudo é preferível, mesmo a perda de um membro, antes que a perdição eterna.

            Aqui, ainda, quem pode compreender o sentido destas palavras e aceitar o sacrifício, senão aquele para quem a entrada no Reino dos céus se tornou a grande tarefa de sua vida? Isto aparece ainda mais nitidamente no capítulo 18, que reproduz quase textualmente os versículos do Sermão da Montanha. É preciso também aproximar deste texto as palavras de Jesus sobre a renúncia (Mt 10,37; 16,25) e aquelas dirigidas ao jovem rico (19,21).

            Perceberemos, então, que se o Evangelho exige o desapego como uma escolha que ‘vale mais’, que é ‘mais vantajosa’ do que a perdição eterna, é unicamente por causa do Reino e porque ali está Jesus Cristo, que abre as portas para a vida eterna.”

            Reino do céu... Vida eterna... Ainda temos os olhos voltados para estas realidades. Ou gastamos nossos olhos – esses olhos que não queremos arrancar... – a contemplar as “iscas” que os demônios semeiam em nosso caminho?

            E Deus reserva para nós aquilo que “os olhos não viram”...

Orai sem cessar: Tenho os olhos fixos no Senhor!” (Sl 25,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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