Formação Juventude
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31/08/2019 Frt. Dione Afonso, SDN Edição 3915 “Christus Vivit” e n`Ele vale a pena ser jovem! JUVENTUDE [É preciso apontar caminhos seguros e pautados na ética e nos valores do ser humano...
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"É preciso andar junto do jovem. O papa nos convida a ser a luz da ressurreição, a única capaz de ofertar uma eterna novidade a cada jovem"

“Christus Vivit” e n`Ele vale a pena ser jovem!

Frt. Dione Afonso, SDN*

 

“Se és jovem em idade, mas te sentes frágil, cansado ou desiludido, pede a Jesus que te renove. Com Ele, não se extingue a esperança. E o mesmo podes fazer, se te sentires imerso nos vícios, em maus hábitos, no egoísmo ou na comodidade morbosa. Cheio de vida, Jesus quer ajudar-te para que valha a pena ser jovem. Assim, não privarás o mundo daquela contribuição que só tu – único e irrepetível, como és – lhe podes dar” [CV, 109]. Ainda temos muito que refletir da Exortação do papa sobre a juventude, mas, antes do último artigo dessa sequência, nesta edição falaremos um pouco do momento da decisão. Não deixe de buscar os artigos das edições anteriores [maio – junho – julho].

 

Escutar para acompanhar

Se é complicado ouvir nossos jovens com seus lamentos misturados aos sonhos e às suas esperanças, torna-se mais embaraçoso ter que acompanhá-los dando luz e esperança em seus caminhos tortuosos e por vezes imprevisíveis. Refletir sobre “o agora de Deus” que significa colocar os nossos jovens no centro de nossas preocupações pastorais é desafiador.

Nossas preocupações pastorais devem, na coragem e na abertura, estarem prontos para ouvir tudo o que eles têm a nos dizer. Entre as várias situações que encontramos os jovens de hoje, deparamo-nos com um número assustador “que padecem formas de marginalização e exclusão social, por razões religiosas, étnicas ou econômicas. Lembramos a difícil situação de adolescentes e jovens que ficam grávidas e a praga do aborto, bem como a propagação do SIDA/HIV, as várias formas de dependência [drogas, jogos de azar, pornografia, etc] e a situação dos meninos e adolescentes de rua, que carecem de casa, família e recursos econômicos. E quando se trata de mulheres, estas situações de marginalização tornam-se duplamente dolorosas e difíceis” [CV, 74].

A preocupação do papa não para por aí! Os jovens desse agora também sofrem diante de uma indústria do descartável, dos estereótipos que os moldam como se fossem plásticos. São manipulados não importando com o que pensam, só com o que rendem na roda do capitalismo exclusivista. “A cultura atual promove um modelo de pessoa estreitamente associado à imagem do jovem. Sente-se belo quem se apresenta jovem, quem realiza tratamentos para cancelar as marcas do tempo. Os corpos jovens são constantemente usados na publicidade comercial. O modelo de beleza é um modelo juvenil, mas estejamos atentos porque isto não é um elogio para os jovens. Significa apenas que os adultos querem roubar a juventude para si mesmos, e não que respeitam, amam e cuidam dos jovens” [CV, 79].

 

Visitar os jovens de Emaús

No caminho de volta para casa, os jovens de Emaús se abrem com Jesus e Ele, compadecido da tristeza deles se põe a caminhar junto. No caminho, Jesus se revela no anúncio da Palavra. Na Palavra Jesus se faz presente. Na Palavra Jesus se faz caminho. Na Palavra Jesus se faz alimento. Na Palavra Jesus se faz jovem. Portanto, começando desde a Revelação de Deus a Moisés, passando por toda a profecia bíblica, pelos caminhos dos Profetas, “Jesus explicava para os discípulos todas as passagens que falavam d’Ele” [cf. Lc 24, 27].

Quando um jovem retorna, triste, decepcionado pra sua casa, Jesus nos convida a não abandoná-lo no momento mais difícil da vida dele. A caminhada de volta pra Emaús é marcada pela indecisão, pela falta de compreensão... quantos jovens hoje em nossas comunidades retornam para suas casas confusos, chateados, tristes, necessitando de uma companhia, precisando da comunidade para esclarecer suas dúvidas e angústias e a comunidade, fechada em suas ideologias não enxergam que é preciso caminhar junto, sobretudo nessa volta pra Emaús? É preciso sair de Jerusalém e visitar com mais frequência os nossos jovens que vivem na noite de Emaús, cujo “os olhos ainda não se abriram” porque não teve quem partisse o Pão e anunciasse a Palavra.

É preciso andar junto. O papa nos convida a ser a luz da Ressurreição, a única capaz de ofertar uma eterna novidade a cada jovem que vive uma eterna escuridão e dias marcados pela dolorosa via-crúcis que são empurrados a cada nascer do sol. E, quando são criticados com suas facilidades em manusear o mundo digital, lidamos com o risco da alta exposição e da confusão entre vida privada e vida pública, além de se “expor ao risco de te fechares em ti mesmo, de isolamento ou do prazer vazio. Mas não esqueças a existência de jovens que, também nestas áreas, são criativos e às vezes geniais” [CV, 104].

 

Ser para o jovem, esperança

Há um caminho. Toda via-crúcis é marcada pela certeza da ressurreição, pela vida nova. “Não deixes que te roubem a esperança e a alegria, que te narcotizem para te usar como escravo dos seus interesses. Ousa ser mais, porque o teu ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisas de ter nem de parecer. Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado” [CV, 107]. Na Palavra, os jovens percebem que há um caminho novo a percorrer.

Deus é conosco e conta com cada um de nós. Reconhece nossa história, nosso caminho e sempre caminha conosco. Deus sabe e reconhece que não somos como máquinas, “a sua memória, querido jovem, não é um HD que grava e armazena todos os nossos dados, a sua memória é um coração terno e rico de compaixão, que se alegra em eliminar definitivamente todos os nossos vestígios de mal” [CV, 115]. O caminho que Jesus faz com os dois jovens é o mesmo que cada comunidade é convidada a fazer com os jovens de hoje. Quando o caminho é feito junto, a Palavra anunciada e partilhada reacende uma nova chama no coração de cada um. E em forma de prece eles dirão: “fica conosco, Senhor, pois já é tarde e a noite já vem” [Lc 24,29].

 

Para rezar e discutir em grupo:

  1. Nossas comunidades têm identificado a necessidade de ir até os jovens de Emaús? O que podemos fazer para melhorar?

 

* Graduando em Jornalismo pela PUC-Minas / dafonsohp@outlook.com

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